Wellness

Pole dance promove melhoria da autoestima, força e mobilidade

Originado na ginástica, o pole dance tem recebido destaque mundial devido aos múltiplos benefícios que oferece

Foi em meados do século XII que, a partir de uma forma de ginástica praticada em postes de madeira na Índia, surgiu o pole dance. Além de ser uma forma diferente de se exercitar, o esporte promove o bem-estar físico e mental. A atividade exige força, flexibilidade, coordenação e equilíbrio, fatores que são aprimorados com o treino, e se convertem em benefícios como aumento da autoestima, redução do estresse e fortalecimento muscular. 

“Comecei o pole com o intuito de sair do sedentarismo de uma forma divertida. Nunca gostei muito de academia e encontrei no pole dance uma forma de trabalhar o corpo todo, através de uma atividade desafiadora e incrivelmente linda” ressalta Thatá Anselmo. A profissional começou no esporte em 2014, e passou a dar aulas em 2020. “Sinto que o pole ajudou muito a trabalhar minha autoestima e minha resiliência”, acrescenta.

Thatá Anselmo em performance na festa Metrópole Nighmares, do Studio Metrópole/instagram: @thata_no_pole

História da prática

O pole dance passou por diversas mudanças até se consolidar em sua forma atual. No século XIX, por exemplo, artistas de acrobacia e malabarismo passaram a utilizar o poste em suas apresentações. Essa relação entre práticas circenses e o pole dance se estende até hoje. “Eu já era artista de circo e vi um vídeo no youtube de uma competição de pole. Fiquei hipnotizada e comecei a fazer aulas na primeira escola que abriu em Brasília”, conta Laryssa Teles, que dança há mais de 11 anos. Ela conta que começou com um olhar direcionado a acrobacias, mas que, com o tempo, passou a acrescentar sensualidade em sua performance. “Isso me abre um novo mundo de questionamentos sobre o olhar do outro, a importância das trabalhadoras sexuais para o que fazemos atualmente e todas as possibilidades de expressão que essa barra de ferro vertical proporciona”, aponta. 

Lala Teles em ensaio realizado pela fotógrafa Inês Silva/Instagram: @teleslaala

A mudança na trajetória de Laryssa aconteceu de forma semelhante no esporte em questão. Em 1950, o pole dance se integrou ao estilo burlesque. As apresentações de striptease realizadas em cabarés incorporavam movimentos de força e equilíbrio no poste, mesclados com expressão artística e sensualidade. Porém, foi em 1980 que a prática se consolidou efetivamente no universo fitness, quando foi introduzido em estúdios de danças. Essa inserção fez com que o pole dance começasse a ganhar popularidade entre diferentes públicos, com as mais variadas idades e objetivos. 

Competições e eventos

O surgimento de campeonatos voltados para a modalidade também foi um fator essencial para firmar sua importância. O Exotic Generation, por exemplo, surgiu em 2016, e ganhou relevância mundial. Atualmente, o evento ocorre em diversos países, como Brasil, Rússia, Grécia e Japão. A pole dancer Laís Galdino explica que participar de festivais e realizar apresentações, são fatores de incentivo para se aprimorar cada vez mais no esporte. “O pole representa meu sucesso e meu desafio ao mesmo tempo. É uma zona de conforto, mas também é algo que sempre introduz um movimento ou uma nova etapa para realizar”, conta a profissional que já conquistou cinco títulos de primeiro lugar em competições.

Laís Galdino em sua apresentação no São Paulo Pole Fest 2023/Instagram: @litt3hell

O aumento da adesão do esporte também é fruto das inaugurações de estúdios especializados. “Acho que o pole representa força e também muito acolhimento, pelo menos no estúdio que eu faço parte. O pole não é um esporte fácil, então acho esse ambiente acolhedor essencial e, com certeza, foi o que me fez continuar todos esses meses”, conta a dançarina Laura Dornas.

Em São Paulo, por exemplo, o Studio Metrópole é referência na prática da modalidade. Um dos fatores que corrobora com esse sucesso, é a realização de eventos em que os alunos e professores podem performar para o público. Além de atrair novos praticantes, as apresentações reforçam os pilares de melhoria da autoestima e exploração do lado artístico e sensual envolvidos no pole dance. “Ele representa uma liberdade de expressão, onde eu posso brincar entre as vertentes de pole e me divertir, seja de forma mais acrobática e esportiva, seja de forma mais fluida ou sensual”, pontua Thatá, professora no Metrópole, reforçando os benefícios das performances.

Vertentes do pole dance

As variações de estilo do pole dance são outro fator de destaque na expansão da prática. Entre os mais conhecidos, se destacam o exotic, o flow e o sport. Cada opção possui um enfoque diferente, como sensualidade, mobilidade e flexibilidade. A fama de que o esporte só pode ser realizado de salto alto é falsa. O elemento pode ser adicionado às danças, assim como diferentes roupas e acessórios. O caso de Laís é um exemplo de como explorar as diferentes formas de pole pode tornar a prática ainda mais interessante. “Queria fazer algo que fizesse eu me sentir mais sensual e feminina. Comecei pelo Pole Coreográfico e depois fui me encantando com as outras vertentes”, explica. 

Com isso, o pole dance se estabelece como uma forma de expressão, transformação pessoal e empoderamento. À medida que essa arte continua a evoluir, seu apelo transcende gênero, idade e objetivos, tornando-se uma paixão e um estilo de vida para muitos. A modalidade é uma ótima escolha para aqueles que buscam algo que movimente o corpo, promova o bem-estar e, ao mesmo tempo, traga melhorias na autoestima e no psicológico.

Escrito por: Mariana do Patrocínio | Editado por: Ana Luiza Lamarão

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