Givenchy aposta no ‘pretinho’ não tão básico
Sarah Burton mostra que o preto e branco pode ter um toque de rebeldia

Em seu segundo ano de casa, Sarah Burton reafirmou que o básico funciona quando é bem executado. À frente da Givenchy, a estilista britânica apresentou sua coleção de verão 2026 durante a Paris Fashion Week, mostrando, mais uma vez, que o preto e o branco ainda têm muito a dizer – especialmente quando vistos sob a lente de uma mulher que domina a arte da alfaiataria e da sensualidade contida.
Ao som de “Straight to Hell”, do The Clash, a passarela de Paris ganhou ares de manifesto. Modelos de cabelo levemente desarrumado e a presença marcante do couro criavam um contraste evidente com a elegância precisa. Ainda assim, mesmo imprimindo sua assinatura, Burton manteve o respeito aos códigos da marca e seguiu valorizando os cortes e decotes que destacam o colo, além da construção de peças que dialogam harmonicamente entre si.

Quando o tema é sensualidade, Burton propõe uma nova leitura. A sensualidade pensada por ela tem uma dimensão feminina e consciente. Inspirada na lingerie, a diretora criativa revisitou o que antes ficava escondido: tops, calcinhas e bodies se tornam protagonistas, usados à mostra e combinados com tecidos delicados. Com isso, Sarah soube expor a pele sem vulgaridade, usando somente a confiança de quem conhece o próprio corpo.
Dessa forma, a estilista encontrou o ponto de equilíbrio entre herança e inovação. Ao celebrar o preto e branco, cores aparentemente simples, a estilista transformou o minimalismo em uma forma de rebeldia, guiada por intenção e desejo.

No fim, fica claro que, na Givenchy, o básico nunca é só básico.
Escrito por Isabelly Godoy | Editora: Giovana Sedano
