Alexander McQueen homenageia a banshee na PFW
Um dos desfiles mais aguardados da programação da Paris Fashion Week foi realizado neste sábado (28). Assim, Seán McGirr apresentou sua segunda coleção como diretor criativo da Alexander McQueen, encerrando o sexto dia do evento. O desfile ocorreu na École des Beaux-Arts, com uma primeira fileira que incluiu Salma Hayek, Cardi B e a musa do falecido Alexander McQueen, Daphne Guinness.
Depois de uma estreia que gerou opiniões divididas, Seán McGirr alcançou consenso positivo com sua coleção Primavera/Verão 2025. O sucesso veio com razão: houve inspiração no legado de McQueen, especialmente no folclore irlandês, apresentando a banshee, uma figura sobrenatural feminina da mitologia celta irlandesa, vista como uma feiticeira ou mensageira do Outro Mundo.
Cerca de duas décadas atrás, para sua segunda coleção, Lee Alexander McQueen também criou uma linha Outono/Inverno 1994 inspirada na figura mitológica. Naquela ocasião, ele, de fato, ganhou reconhecimento, após receber críticas negativas por sua primeira coleção.
Detalhes da coleção
A banshee, elemento central da coleção, ganha forma, portanto, por meio de silhuetas em organza e crepe desgastado, além de vestidos inspirados no período elisabetano e peças bordadas à mão, como o impressionante look final, feito de delicadas correntes de prata.
A paleta de cores predominante foi o preto e branco, com toques ocasionais de rosa suave, dourado e laranja vibrante, complementando os ternos impecáveis, que refletem as raízes britânicas da marca. Os ombros estruturados criam um ar urbano, enquanto a cintura marcada e as pregas inesperadas na alfaiataria trazem uma mistura de tradição e irreverência.
A fusão de diferentes texturas destacou a combinação de couro com tecidos leves e plissados, criando visuais que equilibraram o estilo rock com um toque poético. Haviam corsets de couro abertos, enquanto as saias apresentaram fendas traseiras fechadas com zíperes.
A coleção explorou a combinação de penas e lantejoulas de forma inovadora, criando efeitos visuais que simulavam galhos em flor. Além disso, a transparência, tendência do ano, foi utilizada de forma sutil, adicionando leveza e sofisticação às peças.
Manter o legado de Alexander McQueen é uma tarefa desafiadora, especialmente considerando o apreço que a marca tem na indústria e entre os entusiastas da moda. Reimaginar seus códigos de forma suavizada pode ser uma alternativa viável. No entanto, o que ainda falta é aquela essência provocativa, tão intrínseca ao trabalho do designer que deu nome à grife.
Escrito por: Luiza Carolina Castro | Editado por: Flávia Pereira
Um comentário
Pingback: