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Schiaparelli traz bebê sci-fi e reflexão sobre tecnologia na Semana de Alta Costura
Com esculturas estruturais e golas ampliadas, a grife apresenta sua primeira coleção de 2024
Abrindo a semana de Alta Costura, Daniel Roseberry, novamente, deixa o público em êxtase com sua coleção Spring Summer 2024. O diretor criativo trouxe uma reflexão do panorama entre passado, presente e futuro, através de peças maximalistas, dominadas pela exuberância.
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Roseberry não falha em trazer a essência da maison em suas coleções. A cada temporada, o stylist imprime uma mensagem única, inserida nos códigos originais da grife. Essa estética revoga os traços de 1927, pautados pela fundadora Elsa Schiaparelli. Seguindo a árvore familiar, o diretor busca inspiração em Giovanni Virginio Schiaparelli, tio da estilista. O também astrônomo italiano foi a primeira pessoa a criar mapas de Marte e cunhar o termo “marciano”, em meados de 1877. Com efeito, esse conceito se traduz em peças interplanetárias, influenciadas pela tecnologia.
A coleção
Com ombros estruturados, saias tulipa com balonês, golas ampliadas e calças acinturadas, Schiaparelli dá o tom a uma passarela excêntrica e sofisticada. A sensualidade fica por conta de transparências, pérolas e silhuetas tubulares. Peças em vinil, jaquetas com modelagem semi-bomber e o uso de fivelas caracterizam um toque erótico de fetichecore. Ademais, predomínio das tonalidades bege, branco, marrom, off white e preto ainda mantém a coleção nas margens do quiet luxury, mas em uma perspectiva pincelada pelo maximalismo.
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Para além dos traços da coleção, é impossível não se impressionar com seu ponto de foco – o bebê sci-fi. A modelo Maggie Maurer, presente em peso nos desfiles da grife, entrou na passarela carregando um recém-nascido feito de aparelhos como microchips, placas-mãe e peças de celulares antigos, ipods e calculadoras. Similarmente, essa inspiração fez parte de vestido de mangas longas, com itens de tecnologia que, atualmente, são obsoletos.
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Como tradição nos desfiles da Schiaparelli, o público ficou extasiado com a reflexão proposta no vestuário. O bebê, o bem de maior cuidado tanto para a mulher, quanto para o homem, é substituído por um emaranhado de peças eletrônicas. Assim, sua presença reflete o comportamento da sociedade, mostrando o que se tornou mais importante. No lugar dos laços familiares, surge a hipervalorização do metal precioso. Portanto, a frase costumeira que diz que “carregamos nossos celulares como se fossem filhos”, nunca foi tão bem traduzida.
Escrito por: Mariana do Patrocínio | Editado por: Flávia Pereira
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