A modelo usa um vestido de veludo.
Moda,  Tendências

Veludo: um protagonista invernal

O veludo foi um protagonista nos desfiles internacionais de outono/inverno 23. Com toque macio e histórico de nobreza, o material apareceu nos desfiles da Dior, Schiaparelli, Chanel, Armani, entre outros. Sendo transcrito nas mais diversas formas, em vestidos com fendas e decotes generosos, em conjuntos de calça e blazer, e minissaias.

Montagem: Respectivamente, modelo usa um vestido de veludo azul-royal da Schicaparelli, modelo usa um conjunto de calça e blazer de veludo preto da Chanel, e modelo usa um cropped off white com uma mini saia de veludo preta, também Schicaparelli. (Foto reprodução: Schiaparelli/Chanel)

Histórico do tecido

O veludo, como tecido e material, encontra sua origem no Egito. Com mais de quatro mil anos de história, o tecido surgiu a partir da fibra de lã, mas sua origem como conhecemos hoje em dia, começou na Índia.

O tecido vem, a partir da seda, para vestir os nobres, e eventualmente, o processo foi exportado para Europa. O material macio e luxuoso tornou-se um item de desejo entre nobres e a realeza, assim, sendo usado em trajes festivos, cerimoniais, mantos e túnicas. Logo, podemos concluir que o preço era acessível apenas para uma pequena parte da sociedade.

Com a chegada do século XX, o material deixou de ser exclusividade dos mais ricos e passou a ser também, utilizado em peças casuais.

Hoje em dia, o tecido é usado para muitos fins, como por exemplo roupas, acessórios, roupas de cama, entre outras peças. Atualmente, o veludo possui preços mais acessíveis, tanto por conta dos vários tipos de veludo existentes, como suas estampas, lojas de departamento e até marcas de luxo.

Pessoa com o braço sobre o rosto usa uma blusa de mangas compridas de veludo molhado na cor verde. (Foto: Reprodução -pexels/luka van der cruyssen)

“Acho o veludo um material que sempre esteve associado à opulência e luxo, mas atualmente ele é bem mais acessível”, Cláudia Mendes, designer de moda e professora da faculdade Senai Cetiqt, sobre o tecido.

Sobre a materialidade do veludo

Cláudia Mendes diz que existem muitos tipos de veludo, sendo diferenciados pela sua composição e fibras. Por isso, a gama de preços também é a mais diversa possível.

Ao ser perguntada sobre o caimento do tecido, Cláudia foi sucinta em sua explicação. “Dependerá de alguns fatores, como a construção da peça, a composição do veludo e claro, a fibra por trás do material. Um veludo produzido com algodão será mais estruturado, enquanto um de malha ou seda, por exemplo, terá um caráter mais fluido.” explica, a professora do curso de Design de moda do Senai.

Também nos foi alertado sobre o uso desse material no Brasil. Já que, o veludo é um tecido que apesar de possuir uma infinidade de composições, tornando-o mais leve ou mais pesado, é um material que aquece. Então, para regiões mais ao sul do Brasil um veludo mais pesado poderá funcionar bem por determinado tempo. Mas para regiões mais quentes, como o norte e o nordeste, um veludo mais leve será mais interessante. Aponta Cláudia.

Ela ainda, se aprofundou no assunto e nos contou uma peculiaridade sobre esse material. De acordo com ela, o veludo possui “pé”, um termo mais coloquial usado por profissionais da área. Basicamente, é um tipo de tecido que deve ter suas partes componentes cortadas sempre na mesma direção, caso contrário, as partes cortadas em direções opostas terão uma diferença na cor.

O tecido encontrado na cor vermelho. (Foto: Reprodução – pexels/antoni shkraba)

Por que devo usar o veludo?

O veludo é um tecido de toque macio, mas que traz impacto ao movimento, por conta do seu brilho. É um material de aparência elegante e que pode ser adaptado para as mais diversas peças, como por exemplo, blazers, calças, vestidos e muito mais, e nessa estação, os modelos produzidos com esse tecido são um must-have.

E embora seja um tecido da tendência atual, mas que em algum momento saíra do auge, é importante lembrar que a moda é cíclica, e ainda mais importante, temos que nos manter fiéis a nós mesmo. Então se algo te agrada, independente da tendência, não se prenda, e use o que te fizer sentir bem.

Estudante de moda e entusiasta dos mais diversos tipos de artes, foodie e amante de viagens. Me considero uma mente curiosa, criativa e inquieta, e agora me aventuro escrevendo sobre o que amo, cultivando experiências, enquanto tento me encontrar nesse mundão.

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