Schiaparelli renasce das cinzas
A Coleção Haute Couture da Schiaparelli: outono-inverno 2024-2025
Em uma “gruta” no Hôtel Salomon de Rothschild, Schiaparelli abriu a semana de desfiles da Alta-Costura, na segunda-feira, 24/06, com uma interpretação humana da fênix. Daniel Roseberry, atual diretor criativo, homenageou o presente de renascimento de Elsa Schiaparelli, com uma coleção minimalista, inspirada nos anos 1950.
A semana de alta-costura aconteceu entre os dias 24 a 27 de junho, e foi marcada com desfiles exclusivos das renomadas casas francesas, que, certamente, se tornaram verdadeiras obras de arte.
Schiaparelli traz o renascer da fênix
Em uma iluminação sombria e com candelabros, Roseberry criou uma atmosfera de mistério e renascimento. Aliás, essa mudança de cenário, saindo do Petit Palais, indica uma nova fase para a grife, mais provocante e envolvente.
Assim como a Fênix, uma ave mitológica que, ao morrer, entrava em combustão e ressurgia das próprias cinzas, Schiaparelli “renasce”. Além disso, a coleção destacou-se pelo uso de texturas que lembravam penugens e bordados prateados que reproduziam penas, criando volumes esculturais.
A combinação predominante de preto e branco foi enriquecida com detalhes viscerais e menos óbvios, como se fosse um salto saindo das costas de uma modelo, representando uma abordagem mais poética e menos literal do surrealismo.
Schiaparelli. (Fotos: Reprodução/Instagram)
A princípio, o estilista seguiu por uma abordagem diferente, buscando inspiração nos anos 1950, considerado o auge da alta-costura, para criar silhuetas que evocavam uma sensação de novidade e simplicidade.
A coleção apresentou homenagens à essa década, com elementos variados, como por exemplo, uma capa com ombros largos reminiscentes de uma águia ou fênix, e vestidos com saias de tule em estilo can-can, revelando interiores ricamente bordados.
Schiaparelli. (Fotos: Reprodução/Instagram)
Impacto do desfile
O desfile contou com a presença de celebridades como, por exemplo, Kylie Jenner, Doja Cat e Anitta na primeira fila, o que aumentou a visibilidade e o impacto do evento.
A coleção foi apresentada como uma obra de arte em movimento, em que cada look foi elaborado para evocar emoções específicas, refletindo a visão de Roseberry: “As pessoas não compram Schiaparelli, elas colecionam.”, disse ele.
O artista conseguiu revitalizar Schiaparelli com uma coleção que equilibra tradição e inovação, respeitando o legado de Elsa Schiaparelli enquanto apresenta uma visão contemporânea e sensual. O desfile não apenas marcou um renascimento estilístico para a marca, mas também solidificou sua posição como uma das principais forças na alta-costura atual.
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Escrito por: Maria Luiza Winter | Editado por: Clara Molter
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