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Givenchy: Sarah Burton estreia com coleção ousada

A estilista britânica fez seu primeiro desfile à frente da marca francesa durante a Semana de Moda de Paris

Sua coleção de estreia

O quinto dia (7/03) da Paris Fashion Week 2025 para a temporada de prêt-à-porter feminino começou com a estreia de Sarah Burton como nova diretora criativa da Givenchy. A coleção de Outono-inverno resgata referências do início da marca, criando um paralelo interessante entre a nova fase da estilista e a tradição da grife francesa.

FF Channel (Reprodução/YouTube)

O desfile aconteceu na sede da Givenchy, na Avenue Georges V, em Paris, para somente 300 convidados.

Coincidentemente, arquivos antigos com a primeira coleção da marca foram encontrados em uma parede do Hôtel Particulier, local do evento. No entanto, Sarah afirmou que não os utilizou:

“Acho que é importante olhar para o passado, mas também seguir em frente. Amo a ideia de que eles existem; são uma espécie de objeto mágico”.

Além disso, Burton comentou sobre a impressão de ver seu trabalho nas passarelas:

“O que realmente me surpreendeu foi o quão gráfica é a coleção. É muito despojada, sem exageros. Para mim, Givenchy é sobre silhueta”.

As silhuetas de Givenchy

catwalkats (Reprodução/Instagram)

Desde o primeiro look, a coleção se impõe com autenticidade. O desfile abre com um sutiã e hot pants por baixo de um macacão de malha vazado, estampado com “Givenchy Paris 1952” (ano de fundação da grife por Hubert de Givenchy). Dessa forma, esse visual estabelece o tom da coleção, que transita entre o elegante, o sombrio e o sexy.

Além disso, essa energia continua nos looks seguintes, que exploram bodies volumosos nos ombros para criar silhuetas marcantes. A cartela de cores inclui amarelo, branco e preto, acompanhada de laços gigantes, babados e transparência, reforçando, assim, o caráter sofisticado da coleção.

As peças de alfaiataria também se destacam. Burton foge do clássico recatado e, em vez disso, aposta em roupas com formas esculturais, remetendo a uma ampulheta.

Já nos detalhes, a criatividade ganha ainda mais destaque: Um vestido feito de espelhos de bolsa e um cropped bordado com pedrarias revelam pele sem perder a elegância e a potência característica da Givenchy.

Os acessórios, por sua vez, são essenciais na composição dos looks. Eles trazem um peso punk, até mesmo para as produções mais delicadas, criando, assim, um contraste interessante.

Outro ponto relevante é a diversidade na seleção de modelos. A coleção não se limita a corpos cis e brancos, nem à magreza extrema ou à juventude padronizada. Apesar de parecer uma decisão sutil, essa escolha carrega um impacto significativo para uma marca com o peso da Givenchy.

A caminhada de Sarah Burton

Antes de assumir a direção criativa da Givenchy, Sarah Burton trabalhou na Alexander McQueen, onde liderou a marca até 2023. Após a morte de McQueen, em 2010, assumiu o comando da grife por 13 anos. Assim, sua chegada à Givenchy, em setembro de 2024, marca um novo capítulo. Apesar do respeito à herança da marca, Burton imprime sua identidade e, portanto, promete seguir como uma figura importante na indústria, com uma visão ampla e acolhedora sobre o feminino e suas formas.

Escrito por: Ana Milena | Editado por: Alice Maria

Ana Milena nasceu em pleno outono paulistano nos anos 2000. Ama essa estação até hoje. É observadora e pode se perder facilmente em seus próprios pensamentos. É tímida, mas consegue passar horas falando sobre personagens de histórias em quadrinhos e Taylor Swift.

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