Sandy Liang e a diversão de apenas ser

A designer nova-iorquina apresentou sua nova coleção Outono/Inverno 2025 na New York Fashion Week

No domingo da Semana de Moda de Nova Iorque (09.02), Sandy Liang apresentou sua coleção Outono/Inverno 2025 em uma reflexão nostálgica, mas nada melancólica, sobre a infância de uma criança dos anos 90.

Nas notas do desfile, a marca declarou:

“Há a animação de ter uma linda agenda rosa com um cadeado quando não há nada para planejar, esse entusiasmo vem apenas da oportunidade de ter segredos. Objetos preciosos são abundantes, mas seu valor é apenas pessoal – espelhos brilham no meio de broches, pérolas são deliberadamente colocadas entre os dedos dos pés e confetes brilham como diamantes. Nada do passado se perde. Em vez disso, o tempo se dobra suavemente como um suéter listrado em uma cômoda. A nostalgia e o presente são usados juntos em um pastiche de todas as coisas queridas.”

Esse tom de saudosismo percorreu toda a coleção, com peças em tons pastéis ganhando destaque, além de dobraduras de estrela, meias-calças combinadas a saias e conjuntinhos, coletes coloridos, poá e looks com sobreposições diretamente dos anos 2000.

O resgate à criança interior de Sandy Liang

Sandy Liang é conhecida por celebrar a girlhood de diversas formas, seja através de uma coleção inspirada nas Três Espiãs É Demais, uniformes escolares ou na leveza do ballet. Dessa vez, a celebração vem em forma de uma infância bem vivida, na qual peças do guarda-roupa da mãe são emprestadas e transformam-se em conjuntos mais sóbrios na passarela, com bolsas em tons um pouco mais sérios e colares de pérolas. Botas e saias florais, sandálias da Cinderela e Mary Janes complementam os looks, que parecem sair de um armário de experimentações.

Destaque para o vestido decorado com mini-vestidos de boneca em 3D e a saia estampada com itens da infância da designer. Reimaginar esses objetos em outro contexto, sem perder a magia, foi o ponto-chave do desfile.

Detalhes também são resgatados da adolescência de Liang, como páginas de um antigo planner estampadas em uma saia. Babados, mangas bufantes e jaquetas puffer não poderiam faltar.

O tema da coleção não é coincidência – trata-se do primeiro desfile da designer como mãe. Essa nova etapa inspirou a estilista a revisitar sua infância, recuperando os sonhos e aspirações de uma criança interior que nunca adormeceu – e que, agora, realiza antigos e novos sonhos sem nunca perder o brilho no olhar.

Escrito por: Anna Karla Ogoshi | Editado por: Flávia Pereira