
Rio de Escritores: projeto cultural fomenta formação literária gratuita na cidade do Rio
O projeto cultural Rio de Escritores: Vozes do Rio, Letras do Brasil tem a finalidade de oferecer formação literária gratuita para moradores da cidade do Rio de Janeiro
Sobre o projeto
O projeto Rio de Escritores, lançado em julho, é um projeto cultural que oferece formação literária gratuita a 70 autores da cidade do Rio de Janeiro.
A iniciativa inclui aulas, palestras e mentorias, e é realizada pelo Instituto Odeon com recursos do Edital Rio de Escritores – Edição Rio Capital Mundial do Livro, integrado à Política Nacional Aldir Blanc (PNAB).
O projeto conta com apoio do Governo Federal, do Ministério da Cultura, da Prefeitura do Rio de Janeiro e da Secretaria Municipal de Cultura.

Além disso, seu objetivo é mapear, escutar e potencializar novas vozes da literatura carioca, com ênfase na diversidade de territórios, experiências e linguagens.
Seleção e público-alvo do Rio de Escritores
Dessa maneira, de acordo com a Secretaria Municipal de Cultura, puderam participar do processo seletivo maiores de 16 anos interessados em escrita literária, sem experiência prévia ou com, no máximo, uma publicação no mercado editorial.
O edital priorizou estudantes da rede pública, pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica, pessoas negras, indígenas, mulheres, pessoas com deficiência e da comunidade LGBTQIAPN+.

Da mesma forma, as inscrições ficaram abertas até 10 de agosto de 2025 por meio de formulário eletrônico divulgado nos canais oficiais do programa.
Os selecionados recebem uma bolsa-auxílio de R$ 400, distribuída em parcelas de R$ 100 ao longo da formação e R$ 600 após a entrega do livro finalizado para edição.
Desse modo, a formação será realizada em quatro módulos, com uma palestra on-line mensal para todos os participantes e três encontros presenciais semanais por turma.
No total, o curso terá duração de quatro semanas.
Perfil dos inscritos do Rio de Escritores
Sob o mesmo ponto de vista, segundo balanço divulgado pelo projeto, foram registradas mais de 400 inscrições.
Do total, 60% são mulheres. A região da Zona Norte (AP-3) concentrou mais de 140 inscritos.
A faixa etária predominante foi de 26 a 35 anos, enquanto o menor número de inscrições veio de pessoas com 60 anos ou mais.

Em síntese, outros dados apontam que 46% dos inscritos se identificam como LGBTQIAPN+, mais de 60% nunca participaram de cursos de escrita e mais de 50% se autodeclaram negros ou pardos.
Primeiras atividades
Primordialmente, a aula inaugural ocorreu em 2 de setembro, com a participação da pesquisadora e comunicadora Pâmela Carvalho (mestre de cerimônias), do secretário municipal de Cultura, Lucas Padilha, e do diretor-presidente do Instituto Odeon, Carlos Gradim.
Ademais, no dia 15 de setembro, foi realizada a primeira palestra on-line, que abriu o ciclo de formações mensais.
Com o tema Entre o Morro e o Letrado: o Rio de Machado de Assis, o pesquisador e escritor Luís Maurício Azevedo, doutor em Teoria e História Literária, conduziu reflexões sobre ambiguidades da produção escrita e as tensões sociais, culturais e urbanas retratadas pelo autor.
Sobretudo, em setembro, também foi abordado o tema Literatura e Território: escrever a partir de onde se está, conduzido pelos professores Eric Paiva e Letícia Magalhães, com atividades de rodas de conversa, exercícios de memória, cartografia afetiva, rodas de leitura e dinâmicas coletivas.
Impacto da iniciativa
Estudos sobre o incentivo à leitura mostram que investir em eventos literários é fundamental para fortalecer a produção escrita no país.
Melo (2016) aponta que, embora o Brasil tenha baixos índices de leitura, iniciativas como a Bienal do Livro de 2015 demonstraram alto potencial de público e de vendas.

Nesse sentido, especialistas como Dalvi et al. defendem que é necessário confrontar o público com a complexidade cultural, social, histórica e econômica da literatura, para que a prática não se reduza apenas ao ato de ler e escrever, mas se expanda como rede de valores, escolhas e pertencimento.
A proposta do edital reflete essa perspectiva ao priorizar a inclusão de grupos historicamente marginalizados.
Repercussão

Por fim, nas redes sociais, participantes e apoiadores celebram a iniciativa – Como podemos ver a partir dos comentários a seguir:
“Feliz pelos selecionados! Um dia viverei essa experiência 🥰”
“Parabéns aos selecionados e muito sucesso nessa caminhada!”
“Estou na torcida, muito feliz em participar desse projeto! 🤗🧐”
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Referências
- MELO, Rebeca Soares de. O perfil de escritores independentes no Brasil. [S.l.: S.n.].
- SALIM, J.; SILVA, F. A importância do incentivo à leitura e escrita no processo de formação do aluno. Revista Philologus. Disponível em: https://www.revistaphilologus.org.br/index.php/rph/article/view/812/865. Acesso em: 30 set. 2025.
- DALVI, M. et al. Literatura e educação: história, formação e experiência. Disponível em: https://letras.ufes.br/sites/letras.ufes.br/files/field/anexo/xviii_cel_-_ebook_-_literatura_e_educacao_-_historia_formacao_e_experiencia.pdf#page=12. Acesso em: 30 set. 2025.
Escrito por: Isabelle Ferreira | Editado por: Alice Maria
