Larissa Cunegundes: brasileira na CPHFW

A jornalista e produtora de conteúdo, Larissa Cunegundes contou para o Fashionlismo a sua experiência em uma temporada de moda internacional.

A semana de moda dinamarquesa, de fato, vem ganhando espaço na moda em pequenos passos. A Copenhagen Fashion Week ocorreu entre os dias 7 a 11 de agosto, a fim de desperta atenção por ter seu foco totalmente na sustentabilidade. Além disso, a CPHFW se destaca pelo seu street style escandinavo, com looks criativos, autênticos que carregam um mood divertido, principalmente na mistura de cores, texturas e estampas.

Desse modo, as marcas que desfilas na CPHFW precisam seguir 18 códigos de conduta vigorosas, baseadas nos critérios de sustentabilidade. Só para exemplificar, as regras são divididas em seis partes: direção, design, escolha de materiais sustentáveis, direção estratégica, desfile, condições de trabalho e envolvimento do consumidor. De acordo com os regulamentos, foram aprovadas 31 marcas, nas quais é necessário que, pelo menos, metade da sua coleção seja composta por materiais sustentáveis.

Como resultado, marcas como A.Roege Hove, Latimmier, 7 Days Active e Saks Potts desfiram suas coleções de primavera/verão 24, cujo as principais tendências são: total jeans, maxi camisas, meias à vista, saias longas e midi, e cores como o rosa e bege.

Larissa Cunegundes em Copenhagen

E para cobrir a temporada, a jornalista de moda e produtora de conteúdo, Larissa Cunegundes esteve presente na Copenhagen Fashion Week, que no qual, atuou como correspondente da revista “Elle Brasil”. Além disso, em seu Instagram, Larissa publicou um depoimento em que disse: “vim cobrir uma semana de moda que sempre achei relevante, com pautas importantes que fazem todo sentido na forma como eu consumo a moda.”.

Contudo, ela relata que foi viajar para Copenhagen sozinha e que sempre acreditou no seu potencial como jornalista. Foi a realização de um sonho.

Definitivamente, Larissa realizou uma cobertura excelente dos desfiles, de tal forma que, ganhou muito reconhecimento de seus seguidores e amigos.

Além disso, ela compartilhou o seu dia a dia em Copenhagen, o street style na semana de moda, seus looks e maquiagem em seu perfil. Logo após acompanhá-la no Instagram, entrei em contato com ela a fim de entrevistá-la. A princípio, quando entrei em contato com Larissa, ela estava em Madri. Como resultado, Larissa bateu um papo com o Fashionlismo.

Entrevista com Larissa Cunegundes

Flávia Pereira: Larissa, poderia falar como foi a sua experiência na Copenhagen Fashion Week?

Larissa Cunegundes: Foi uma experiência muito boa e confesso que até agora não caiu a ficha que fiz minha primeira cobertura internacional. Fiquei dias querendo desistir, achando que não ia conseguir. Nesses momentos, a cobrança pessoal vem e eu teria dar o meu melhor. No final, consegui me acalmar e aproveitar.

Flávia Pereira: Certamente, o que mais te despertou atenção?

Larissa Cunegundes: A semana de moda de Copenhagen é fora da curva por ter ênfase em práticas sustentáveis, além de olhar para novos designers. Isso é incrível! A moda não é sobre consumo desenfreado. É sobre como consumir de uma maneira consciente e pensar no meio ambiente.

Flávia: Qual foi o seu grande desafio durante a cobertura?

Larissa: O grande desafio como profissional da comunicação é sempre levar um conteúdo relevante. De modo geral, a semana de moda acontece para atualizar as apostas de shapes, cores e caimento, além de antecipar as futuras tendências e avaliar os comportamentos de consumo. Não estava lá apenas para ficar mostrando o meu look do dia. Estava lá para trazer a minha percepção e a minha visão sobre a moda.

Flávia: Como surgiu o convite da Elle Brasil para você cobrir o evento?

Larissa: Sempre tive uma relação muito boa com a revista, seja com a Susana, editora-chefe, mas também com toda a equipe. Quando tive certeza que iria para a semana de moda de Copenhagen, comuniquei à revista e logo houve interesse na minha coberta.

Marcas brasileiras e seu desfile favorito na CPHFW

Flávia: Lari, sabemos que você fez questão de valorizar marcas brasileiras em seu styling. Conta pra gente sobre a curadoria dos looks que você usou.

Larissa: Quando eu recebi a confirmação da semana de moda, já tinha em mente que iria usar marcas brasileiras. Então convidei o stylish Ander Oliveira para pensarmos juntos em propostas que fossem a minha cara e que levasse o design brasileiro para um olhar fora da caixa. Alfaiataria com shape mais largo, cores, recortes e texturas estiveram presentes em todos os meus looks e todos conversaram com a minha personalidade.

Flávia: Quais foram as suas marcas favoritas?

Lari: Dos desfiles que assisti, sem dúvida, o que mais me marcou foi da Stine Goya. É uma marca que acompanho há bastante tempo e, quando recebi o convite para esse desfile, fiquei muito feliz. O desfile aconteceu em vila residencial, no meio da passarela tinha uma “mesa posta” com vários legumes, frutas e gelatinas: uma cenografia que fugia do óbvio. E essas cores ornavam com a cartela de cores que foi apresentada na coleção. Foi lindo do começo ao fim! O casting contava com corpos reais, modelos negras, amarelas, gordas, magras e pessoas mais velhas.

Sua experiência em cobrir desfiles e conselhos para quem está começando no jornalismo de moda

Flávia: Já tinha experiência em analisar desfiles de moda?

Lari: Já sim! Eu sou jornalista e sempre gostei desse olhar mais crítico. O mais interessante foi que a Elle me deixou livre para expor “o meu olhar”. Teve análise da Lari Cunegundes jornalista e também Lari Cunegundes formadora de opinião. Então, o resultado foi abrangente e completo.

Flávia: Você sabe que o Fashionlismo é um portal de moda independente para estudantes e jornalistas que querem se especializar na área montarem seu portfólio. Qual a sua dica para aqueles que desejam trabalhar em uma redação de moda?

Lari: É muito importante você trazer a sua essência e o seu ponto de vista para os conteúdos que você produz, seja para um veículo de comunicação ou para uma marca. A informação pode ser comunicada de diversas maneiras, o que diferencia é o ponto de vista, o lugar de fala — essa forma, então, de comunicar vai ser sempre sua.