K-Pop e Futebol: A Moda Que Viraliza no Mundo
“Tudo o que elas usam (as idols de k-pop) desaparecem das prateleiras, se tornando um dos grupos favoritos da indústria da moda, com contratos milionários, que incluem Dior, Chanel, Celine e Tiffany’s.” (Kelly Agostinho, Cool Hunter)
A moda asiática está passando por uma revolução. A última tendência chama atenção não só pela ousadia, mas pela conexão com a cultura ocidental. Estamos falando de como os ídolos de K-pop (e J-pop!) estão transformando uniformes de futebol em peças de moda.
Recentemente, Gaeul, do grupo de K-pop IVE, causou um alvoroço nas redes sociais ao aparecer com uma camisa do Guarani, time de futebol de Campinas. Essa foto fez mais do que promover o clube brasileiro: estimulou uma corrida por essa peça. A popularidade foi tão grande que, como resultado, um site especializado registrou mais de três mil vendas em apenas um dia.
As it-girls asiáticas: uma nova ponte entre o Brasil e a Ásia
Da mesma forma, IU, outra estrela do K-pop, também apareceu com uma peça semelhante, levantando uma questão: será que estamos vendo uma nova tendência global emergindo? A resposta está na estética e no apelo universal do K-pop. Essas estrelas não são apenas ícones da música; são também influenciadoras de moda.
Embora pareça, essa tendência não surgiu do nada. Anteriormente, o blokecore estava em alta, uma subcultura que celebra o passado com um toque nostálgico. A camisa do Guarani que Rio do NiziU, um grupo japonês, usava, por exemplo, era uma versão usada pelo time durante uma excursão no Japão em 1986. E, para completar, a globalização da cultura pop, com o k-pop liderando a charge, tem mostrado que a moda é uma linguagem universal.
Impacto e influência da Ásia na moda global
Assim, essa tendência não mostra sinais de desaceleração. Kelly Agostinho, Consultora de Estilo e Cool Hunter, observa uma diferença no ritmo da adoção de tendências na Ásia em comparação com outras regiões do mundo. “A adoção de tendências de moda, beleza e a velocidade do consumo são muito altas na Ásia, principalmente devido à forte influência dos idols do K-pop, dos atores de dorama e dos influenciadores que possuem uma legião de seguidores e são considerados celebridades. Basta algum deles postar qualquer coisa na internet para que o produto esgote em questão de minutos.”
Com ídolos que são tanto estrelas da música quanto ícones da moda, e com a cultura pop cada vez mais globalizada, não é exagero dizer que estamos testemunhando uma revolução no mundo da moda. Contudo, os uniformes de futebol não são mais apenas para jogar; agora eles fazem parte de um estilo de vida global, representando uma fusão única de culturas. A moda não tem fronteiras, e o K-pop está provando isso da maneira mais estilosa possível.
“As pessoas entenderam que marcas pessoais correlacionadas com marcas em geral eram bem recepcionadas pelas pessoas. […] Quando a gente entra no nicho de futebol, o negócio cresce mais. As pessoas são obcecadas por futebol” – Marcela Carrasco, especialista em moda e cultura pop.
Outra parte interessante dessa tendência é a personalização. O ITZY, outro grupo de K-pop, foi destaque em uma edição recente da revista Elle. As integrantes Yeji e Ryujin apareceram com camisas do Clube América e do Manchester United. O estilo esportivo faz parte do estilo delas, mas também havia um toque personalizado nas peças. Era o caso do moletom que IU estava usando, customizado de forma que parecesse delicado. Essa maneira de usar camisas de times de futebol é uma prova do impacto da moda K-pop.
O Fashionlismo conversou com Kelly Agostinho, Consultora de Estilo e Cool Hunter. Dessa maneira, entendemos mais sobre a importância do que as idols usam para o mundo na visão de um especialista.
O Bate papo com Kelly Agostinho
Fashionlismo: Você observa uma diferença no ritmo de mudança e a adoção de tendências na Ásia como um todo em comparação com outras regiões do mundo?
Kelly: Sim. A adoção de tendências de moda, beleza e a velocidade do consumo é muita alta na Ásia. Primeiro porque tem forte influência dos idols do k-pop, dos atores de dorama e dos influenciadores que possuem uma legião de seguidores e são considerados celebridades. Outro ponto que comprova que o ritmo de compra da população asiática é mais acelerada, é a China. É o maior mercado de live commerce do mundo. Uma das maiores vendedoras do país e do mundo, Viya Huang Wei, conseguiu vender o equivalente a quase 3 bilhões de reais em um único dia em colaboração com a plataforma chinesa TaoBao Live.
Fashionlismo: De que maneira o K-Pop influencia diretamente as preferências de consumo em diferentes partes do mundo?
Kelly: Nos últimos anos, grifes como Calvin Klein, Gucci e Louis Vuitton têm se aproximado dos membros de bandas expoentes desse gênero, como BTS, Black Pink e Exo. Eles se tornaram referência mundial, tanto para as parcerias com as marcas, pois são ótimos em vender as peças, quanto também como inspiração, pois são apaixonados por moda e disseminam o desejo em ser e se vestir como eles. A influência é real e muito maior do que imaginamos.
Por fim, tudo isso nos leva à pergunta: “Como nossas camisas foram parar do outro lado do mundo?” A resposta é: a cultura é fenômeno global. O K-pop não é apenas música, suas roupas e estilo influenciam e inspiram milhões em todo o mundo. Como resultado, os uniformes de futebol, não são mais apenas para jogar; agora eles são uma forma de arte e expressão pessoal. Para a comunidade de fãs de futebol e K-pop, esse fenômeno representa mais do que apenas uma nova tendência de moda. Essa comunidade está mais feliz do que nunca.