O Grand Palais se transformou em um universo intergaláctico, com planetas suspensos e reflexos cósmicos que anunciaram a nova era da Chanel.
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A nova órbita da Chanel: Matthieu Blazy estreia com coleção intergaláctica na Paris Fashion Week

O novo diretor criativo da maison revisita clássicos de Coco Chanel sob uma estética cósmica e contemporânea

Na noite desta segunda-feira (6), o Grand Palais se transformou em um universo paralelo para receber a estreia mais aguardada da temporada: Matthieu Blazy apresentou sua primeira coleção à frente da Chanel durante a Paris Fashion Week.

Sob um céu de planetas suspensos e chão espelhado, o designer franco-belga inaugurou sua era com uma ode ao legado de Gabrielle “Coco” Chanel — mas com os dois pés no futuro.

A atmosfera celestial não foi apenas cenário, mas conceito. Entre luas luminosas e astros flutuantes, Blazy propôs um diálogo entre tradição e modernidade, luz e sombra, estrutura e fluidez. “Espírito masculino-feminino, cortes soltos, tecido Pied de Poule”, anunciava a maison nas redes sociais antes do desfile, como um prenúncio do equilíbrio que guiou a coleção.

O Grand Palais se transformou em um universo intergaláctico, com planetas suspensos e reflexos cósmicos que anunciaram a nova era da Chanel. Divulgação: © Chanel

O novo olhar sobre os clássicos

O primeiro look deu o tom: um conjunto de alfaiataria cinza com jaqueta assimétrica e silhueta reta, mas de caimento leve. Essa sensação de movimento percorreu toda a passarela, em contraponto às formas rígidas que marcaram a era de Virginie Viard. 

Blazy revisitou os códigos mais reconhecíveis da casa — o tweed, as pérolas, as camélias — e os reinterpretou com um frescor inesperado: saias midi com fendas laterais, camisas desconstruídas e vestidos de transparências sutis que revelam mais atitude do que pele.

Os icônicos casaquetos de tweed aparecem em novas versões: alguns estruturados, outros fluidos, tingidos de cores vibrantes e combinados com cintos largos, botas altas e bolsas metalizadas. Em meio a tantas releituras, o tweed não é mais um uniforme, e sim uma linguagem.

Plumas, humor e a leveza do luxo

Um dos pontos altos do desfile foi o uso das plumas, que surgiram aplicadas em barras de saias, casacos, golas e até em chapéus dramáticos. Elas deram um ar etéreo às composições e marcaram o tom da temporada. A sensualidade discreta, marca de Blazy desde sua passagem pela Bottega Veneta, se manteve presente em vestidos de renda, volumes estratégicos e sobreposições inesperadas.

Uma Chanel mais viva e menos protocolar

Com uma plateia de convidados estrelada — que incluiu Naomi Campbell, Penélope Cruz, Marion Cotillard, Bruna Marquezine e Tilda Swinton —, o desfile foi a consagração de uma nova fase, assim como a escolha de Ayo Edebiri e Nicole Kidman para embaixadoras da marca. 

Blazy conseguiu o que parecia improvável: atualizar o DNA de Chanel sem trair suas origens. A mulher que ele veste é independente, cosmopolita e, ainda sim, clássica. Matthieu não reinventa a Chanel: ele a reposiciona.

Entre o clássico e futurista, Matthieu Blazy inaugura uma nova órbita mais leve e exploradora para a Chanel. Divulgação: © Chanel

Escrito por Mayla Shiva | Editado por Ana Carolina Gomes

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