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A arte do erotismo em movimento: Animações que celebram a sexualidade feminina

06 de setembro é comemorado o Dia do Sexo. Apesar de não ser uma data oficial, a comemoração surgiu em 2008 quando uma marca de camisinhas decidiu produzir uma campanha que brincava com as datas 06/09 para remeter à famosa posição “69″. 

Desde a década de 1960, com a revolução sexual, os debates sobre liberdade sexual e principalmente a autonomia do corpo feminino cresceram exponencialmente, ganhando uma nova perspectiva. A partir da terceira onda feminista, a independencia e empoderamento das mulheres ganharam um novo olhar, vozes e debates. Uma nova geração de mulheres foi encorajada a explorar sua sexualidade de forma entusiasmada e única, mesmo em meio ao machismo vigente na sociedade no século XX. 

A partir de 2010, alguns nomes na TV e dramaturgia abordaram a sexualidade feminina de forma real e longe dos vieses machistas de castidade. Foram eles: Lena Dunham, Issa Rae, Phoebe Waller- Bridge, Shonda Rhimes e Michaela Coel. Da mesma forma, personagens icônicas de Sex in the city, Grey ‘s Anatomy, How I Met Your Mother, Girls, dentre outras séries que mostravam mulheres com vida sexual ativa e vivendo sua liberdade sem culpa. 

No entanto, apesar da mudança nos discursos das novas gerações e o avanço do conservadorismo, que vem ganhando força nas redes sociais nos últimos anos, as conquistas feitas pelo movimento feminista em relação à liberdade sexual e do corpo feminino ainda permanecem nas produções audiovisuais, literárias e no imaginário coletivo de grande parte da população.

Para celebrar este dia, separamos algumas animações feitas por diretoras disponíveis na MUBI que abordam o erótico de formas inusitadas e divertidas para você assistir: 

ASPARGUS (1979) – suzan pitty

Animação surrealista, a obra acompanha a noite de uma personagem mascarada que possui uma relação um tanto erótica com vegetais e objetos. (18 min, EUA)

CROCUS (1971) – Suzan Pitty

Menos surrealista que a anterior, mas ainda mágica, acompanhamos a rotina noturna de uma mulher, desde colocar o bebe para dormir até transar com seu marido. Entre um cômodo e outro, diversos vegetais e objetos flutuam pela casa, dentre eles, um pepino gigante. (7 min, EUA)

CIPKA (2016) – Renata Gąsiorowska

Uma jovem adulta decide ter uma noite de relaxamento e prazer em seu apartamento. Porém, contratempos transformam a experiência em uma vivência caótica e cheia de alucinações. (9 min, Polônia)

#21XOXO (2019) – Sine Ozbilge e Imge Özbilge

Repleta de cores pasteis, estampas e pixels, a trama acompanha as experiências cada vez mais surrealistas de uma personagem no mundo pós-moderno, enquanto ela encontra amores fugazes através de aplicativos de relacionamento. (10 min, Bélgica)

NUN OR NEVER (2023) – Heta Jaalinoja

Com imagens oníricas e melódicas de unidade, uma mulher que antes fazia parte de um coral recluso se vê numa jornada da autodescoberta após encontrar um homem no jardim. (11 min, Finlândia)

TRAM (2012) – Michaela Pavlátová

Uma condutora transporta as mesmas pessoas todos os dias, mas o ritmo das passagens sendo perfuradas estimula um desejo íntimo e intrínseco da protagonista. Divertido e ritmado, as singularidades de uma viagem se transforma em uma cadenciada excitação que alcança os limites da personagem e nos levam à uma espirituosa viagem. (5 min, França, República Tcheca)

DESIRE PIE (1977) – Lisa Crafts

Um homem aparece no quarto de uma mulher e o espectador é levado à uma divertida dança de corpos, formas e desejos. A cineasta brinca com com o falo transformando-o em montanhas à serem escaladas, posições diversas e corpos distintos vivendo o erotismo. (5 min, EUA)

Escrita por: Milena Santiago | Editado por: Flavia Cavalcante

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