A moda cinematográfica de Sofia Coppola
A diretora Sofia Coppola é conhecida pelo seu olhar sensível sobre o universo feminino, conseguindo extrair da atmosfera cinematográfica emoções profundas. O trabalho dos figurinos em suas obras não é apenas vestir as personagens, mas narrar, por meio das roupas, seus sentimentos.

Fonte: @sofiacoppola
Aqui vamos fazer uma análise visual e emocional dos figurinos nos filmes de Sofia Coppola. O objetivo é entender como figurino, cor e textura se tornam linguagem narrativa, refletindo a psicologia dos personagens e o contexto histórico de cada obra.
The Virgin Suicides (1999)

Fonte: @sofiacoppola
Sinopse: Cinco irmãs adolescentes vivem sob repressão familiar em um subúrbio americano dos anos 70, despertando fascínio e melancolia em um grupo de garotos vizinhos.
A adaptação de uma obra literária de mesmo nome se passa na década de 1970 e tem como principal paleta as cores creme, branco, lavanda e pêssego, tons que evocam a pureza das personagens que estavam passando por momentos de extrema fragilidade emocional. A figurinista Nancy Steiner utilizou roupas com algodões finos, rendas e estampas delicadas de flores, transmitindo juventude e romantismo.
Lost in Translation (2003)

Fonte: @thebournedirection
Sinopse: Em Tóquio, uma jovem mulher solitária e um ator em crise formam uma conexão silenciosa em meio ao caos da cidade.
A figurinista Nancy Steiner traduz a solidão feminina de uma mulher adulta por meio de tecidos como malhas, sedas e algodão, com uma paleta focada em bege, cinza, azul apagado e rosa pálido. Esses tons refletem a personalidade da personagem, que busca conforto e expressa sua solidão na simplicidade de suas roupas.
Marie Antoinette (2006)

Fonte: @sofiacoppola
Sinopse: A jovem rainha da França vive entre o luxo e a solidão, cercada de excessos que disfarçam sua falta de liberdade.
O filme, que se passa no século XVIII, teve como figurinista a vencedora do Oscar Milena Canonero, que trouxe tecidos exuberantes como tafetá, veludo e seda, e utilizou rendas e tules como forma de acabamento. A personagem é quase toda construída sobre tons pastéis adocicados, uma escolha que reforça a ideia de escapismo diante da solidão e da falsa liberdade que Marie vivia em Versalhes.
Somewhere (2010)

Fonte: @dolcevita.poetry
Sinopse: Um astro de Hollywood vive entorpecido pelo sucesso até que a presença da filha o obriga a encarar a própria vida.
A figurinista Stacey Battat segue uma linha minimalista, com jeans, camisetas e moletons em tons neutros como bege, preto e branco. O figurino expressa a neutralidade e o cansaço emocional dos personagens, evidenciando a repetição e o tédio que dominam suas rotinas.
The Bling Ring (2013)

Fonte: @boshbabexoxo
Sinopse: Adolescentes obcecados por fama e luxo invadem casas de celebridades em Los Angeles para roubar roupas e acessórios.
O figurino desenvolvido por Stacey Battat, ambientado no final dos anos 2000, reflete a superficialidade do desejo e o consumo como forma de identidade. Texturas como couro, veludo e paetês aparecem com destaque, em cores como dourado, neon e preto, representando o brilho efêmero e vazio de uma geração movida por aparências.
Priscilla (2023)

Fonte: @sofiacoppola
Sinopse: A história de Priscilla Presley, do amor adolescente ao aprisionamento dentro do mito Elvis.
A figurinista Stacey Battat cria um figurino que acompanha o amadurecimento da protagonista, que passa de uma garota sonhadora para uma mulher presa em uma relação controladora. As cores mudam do branco, azul e rosa-bebê para o preto, enquanto os tecidos evoluem do algodão e cetim para o veludo, traduzindo visualmente a perda da inocência e o peso emocional de sua jornada.
Escrito por: Brenda Rio | Editado por: Giovanna Bassi


