
Como é trabalhar no varejo de moda: Criatividade, vitrine, metas e estética
A história do varejo no Brasil
A história do varejo de moda em São Paulo teve seu início e desenvolvimento no final do século XIX. A pluralidade do estado ganhou força com a chegada de imigrantes e moradores de outras regiões, que se desenvolveu significativamente para o crescimento da cidade e, consequentemente, para o fortalecimento do seu comércio.
No século XX, São Paulo passou por uma grande expansão, com o surgimento de diversos bairros comerciais. Na década de 1920, ocorreu um marco importante: o primeiro desfile de moda do país, promovido pela Mappin Store.
A moda então sempre muito importante para o país, veio tornando-se robusta e ganhando características próprias, não adicionando apenas inspirações internacionais. Com o tempo, o acesso foi se democratizando até chegar às lojas de varejo como conhecemos hoje, trazendo a ideia de tornar a moda atual e acessível a todos. Um aspecto fundamental da relação entre o comércio e o consumidor é a interação do desejo, o encantamento que faz o cliente enxergar o produto fashion para além da função de vestir.
Nós do Fashionlismo preparamos essa matéria com carinho para contar a história do varejo e mostrar como profissionais dessa área montam suas estratégias, valorizam a criatividade e buscam o encantamento do consumidor. Para isso, entrevistamos dois convidados que atuam no visual merchandising de uma das maiores fast-fashions do Brasil: a Riachuelo.
Entrevistamos a Mari e o Alan, e fizemos perguntas importantes sobre o trabalho no Varejo de Moda.
Apresentação:
Catarina: Alan apresente-se para nossos leitores, e nos conte sua relação com o mercado de moda, e o que gosta de fazer no tempo livre.

Alan: Meu nome é Alan Samuel, e sou um apaixonado por visual merchandising. Com uma carreira que mescla criatividade e estratégia, encontrei minha paixão em criar experiências visuais impactantes no varejo.
Minha jornada na moda começou quando descobri o poder da apresentação visual em lojas, onde cada detalhe pode influenciar a experiência do cliente. Ao longo do tempo, desenvolvi habilidades em criar displays atraentes e estratégias visuais, sempre buscando inovar e surpreender.
Trabalhei na Marisa por 6 anos. Recentemente estou há 7 meses na Riachuelo, onde continuo a aprimorar meu trabalho em VM. Adoro explorar novas ideias, experimentar diferentes conceitos visuais e colaborar com equipes para alcançar resultados incríveis Quando não estou trabalhando, gosto de me inspirar em vitrine e pesquisar, além de explorar novas tendências e estilos. Acredito que a moda é uma forma de expressão e que o visual merchandising é uma arte que pode transformar espaços e experiências.
Catarina: Mari apresenta-se para o Fashionismo e nos conte suas experiências profissionais e o que gosta de fazer no tempo livre.

Mari: Me chamo Marianne, tenho 34 anos e atuo há 14 anos no varejo, sendo mais de 10 deles dedicados ao Visual Merchandising.
A moda sempre esteve presente na minha vida, mas foi no contato direto com o varejo que descobri minha verdadeira paixão: criar experiências que unem estética, estratégia e resultado.
Comecei minha jornada acadêmica em Recursos Humanos, mas logo percebi que meu caminho era outro. Foi trabalhando no shopping que tive meu primeiro contato com o VM, e desde então nunca mais larguei. Hoje, sigo apaixonada pela profissão, sempre me atualizando e buscando novas inspirações.
Fora do trabalho, adoro ir a festivais e estar na rua. Observar as pessoas, o que vestem, os lugares que frequentam, o que gostam de fazer, é minha maior escola. É dessa vivência que tiro inspiração para criar e trazer mais conexão entre marcas e consumidores.
Perguntamos então sobre o VM, metas, criatividade e o varejo acontecendo.
Catarina: Qual é o papel do Visual Merchandising no varejo de moda?
Mari: O papel do Visual Merchandising é transformar o ponto de venda em uma experiência. Mais do que organizar produtos, ele comunica a identidade da marca, direciona o olhar do cliente e cria um ambiente que facilita e estimula a compra.
Alan: Criar uma experiência de compra atraente e memorável para o cliente, com o objetivo principal de aumentar as vendas
Catarina: Como o Visual Merchandising impacta as decisões de compra dos consumidores?
Mari: Grande parte das decisões de compra são emocionais. O Visual Merchandising desperta desejo ao mostrar como a peça pode ser usada, cria pontos de destaque que chamam atenção e transmite credibilidade. Um bom VM pode ser o fator decisivo entre entrar na loja, experimentar e levar a peça.
Alan: Impacta em um ambiente de loja convidativo, e estimula o desejo por produtos, e sinaliza ofertas de forma estratégica criando vendas assertivas.
Catarina: Quais são os principais objetivos de uma estratégia eficaz de Visual Merchandising?
Mari: Os objetivos principais são : Atrair o cliente para dentro da loja, envolver criando uma experiência agradável e coerente com a marca, e converter em vendas, facilitando a jornada de compra.
Alan: Aumentar as vendas através de displays, exposição atraentes e organização estratégica do produto, e trazer a identidade da marca.
Catarina: Quais são os maiores desafios para um profissional de Visual Merchandising no varejo de moda?
Mari: O maior desafio é equilibrar criatividade com estratégia comercial. É preciso ter sensibilidade estética sem perder de vista o estoque, as metas de venda e o perfil do consumidor. Outro ponto é manter a loja sempre atualizada, mesmo com recursos limitados.
Alan: Criar uma experiência de compra memorável num mercado competitivo, que é o varejo e adaptar o VM muito rápido por tendências do mercado da moda que é amplo e rápido.
Catarina: Quais habilidades e conhecimentos são essenciais para trabalhar com Visual Merchandising?
Mari: É essencial ter visão estética, noção de design e cores, criatividade, mas também entender de comportamento de consumo e gestão de loja. Organização, olhar analítico para resultados. Trabalhar em equipe também faz toda diferença.
Alan: Habilidade, criatividade e organização são os principais conhecimentos de VM. E é importante também saber planejar e executar atividades e exibições que impulsione as vendas.
Catarina: Que conselhos você daria para quem quer seguir carreira nessa área?
Mari: Busque referências o tempo todo. Moda, arquitetura, design, arte. Treine seu olhar. E não pense só na beleza, mas na estratégia entenda como o layout impacta as vendas. O profissional de VM é criativo, mas também precisa ser estratégico e atento ao mercado.
Alan: Entender e pesquisar o conceito da marca e o público que quer atender, manter se atualizado com as novas tendências e coleções no mercado.
Catarina: Como as novas tecnologias e tendências digitais estão transformando as estratégias de Visual Merchandising?
Mari: As tecnologias ampliaram muito as possibilidades. Hoje falamos de vitrines interativas, realidade aumentada, integração entre lojas físicas e redes sociais. O cliente vê um look online e quer encontrá-lo na loja com a mesma inspiração. Essas inovações aproximam os canais, enriquecem a experiência do consumidor e podem aumentar o engajamento e as vendas.
Alan: Podendo ter um resultado com impacto positivo ou negativo no desempenho das vendas, a tecnologia, Internet esta muito ampla muito rápida. O mundo dá moda é muito grande, muitas marcas, lojas tem seu atendimento online.
Assim aprendemos um pouco sobre como é trabalhar com varejo de moda no Brasil, especialmente com VM, o Fashionismo amou essa troca, obrigada Alan e Mari!
Escrito por: Catarina Borges | Editado por: Flávia Pereira