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Vesteterapia: o vestir como terapia

Claro que a compra e a combinação de roupas fazem bem a muita gente, mas há pelo menos uma pessoa, a curitibana Luciana Roccio Mallon, que oferece vesteterapia como uma forma de autoconhecimento e aperfeiçoamento pessoal.

Nos anos 1970, 1980, as revistas femininas propunham testes que as leitoras respondiam e que, dependendo das respostas revelavam resultados que combinavam com o índice de credibilidade daquelas publicações. “As revistas Capricho, Toda Teen e Carícia propunham testes de estilo, aplicando, sem dizer, a vesteterapia e cujos resultados revelavam traços da personalidade das jovens”, afirma Luciana, que, entre muitas ocupações, vivenciou sua paixão por moda em todas as fases de sua vida.

Vesteterapia
Roupas influenciam na nossa personalidade | Foto: Reprodução/Pexels

Quando surgiu o interesse pela vesteterapia?

Segundo ela, antes mesmo de ser alfabetizada, ela já se ligava em roupas. “Quando era pequena, folheava as revistas de moda e aos poucos percebi que os modelos e artistas mudavam de expressão conforme a roupa que vestiam”, acrescenta, ela, que foi apresentada a vesteterapia durante o curso de Letras, em 1993.

A professora de Literatura Grega, Maria Caminos um dia explicou que a vesteterapia (termo derivado do grego) surgiu na Antiguidade como o estudo do comportamento através das roupas.

Contou que na Grécia antiga, existia um lugar chamado Gineceu, onde as mulheres estudavam e se dedicavam à arte. Ali elas descobriram que o comportamento das pessoas variava de acordo com as roupas que usavam” lembra.

A descoberta da vesteterapia despertou a curiosidade de Luciana, especialmente depois de saber que, durante o século 20, esse tipo de terapia era utilizado em Cuba. “Um dia, encontrei uma costureira cubana chamada Rose, que me explicou muita coisa sobre a vestererapia, muito usual em seu país” , conta.

Vesteterapia
Na Vesteterapia acredita-se que as roupas possuem ligação com o lado espiritual
Foto: Reprodução/Pexels

Ao se aprofundar nessa que se tornou uma de suas profissões, Luciana descobriu que a Vesteterapia se baseia mais em misticismo, do que em ciência. “Toda peça de roupa possui um significado espiritual e guarda o poder de influenciar sua dona/o. Publiquei vários artigos sobre isso nas minhas redes sociais”, conta

Em sua carreira, ela trabalhou 10 anos em lojas de moda, Luciana e pesquisou as reações, postura e escolhas dos clientes, acumulando informações que hoje divulga em suas redes sociais “Infelizmente, os livros e documentos dos estudiosos se perderam, tornando esse tipo de terapia pouco acessível á população.

O primeiro psicanalista a aplicar a vesteterapia em seu trabalho foi Carl Jung, um fato pouco divulgado. Ele estudava a influência dos arquétipos e roupas na personalidade dos clientes” informa.

Com 30 anos de atuação no ramo da moda, seja como redatora, vesteterapeuta, vendedora, ela tem o hábito de observar todos que a rodeiam. “Quando alguém se aproxima, vejo como se veste e como é a personalidade dele naquele momento”.

Vesteterapia

E o que diferencia uma vestererapeuta de uma consultora de moda?

Tanto uma como outra examinam o guarda-roupa da cliente, a vesteterapeuta não pode sugerir  a roupa ideal para a cliente, só explica o que a escolha de roupas revela sobre a personalidade da dona. “Uma cliente minha gostava de mangas tipo princesa, o que mostrava o quanto ela carregava problemas de amigos, familiares nos ombros.

Fazia isso sem abrir mão da feminilidade dela. Ela também usava saias rodadas, longas e floridas sempre que podia, o que mostrava sua ligação com o sagrado feminino. Dessa forma, ela descobriu coisas sobre si mesma e realinhou comportamentos quando achou necessário” contou.

Além da moda, Luciana é bailarina folclórica e pesquisadora de causos. Autora do livro “Lendas Curitibanas”, no momento vende roupas típicas para festas juninas. “Atuava como redatora para sites, mas perdi alguns trabalhos para o ChatGPT, no entanto, sempre encontro uma forma de trabalhar com moda” conclui a profissional.

Se você quiser saber mais sobre esse tipo de terapia, basta procurar a Luciana.

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