
“Quarteto Fantástico: Primeiros Passos” é um encontro divertido entre o charme do passado e a ousadia do futuro
Se há algo que Quarteto Fantástico: Primeiros Passos prova logo nos primeiros minutos é que a Marvel ainda sabe surpreender quando investe no visual. A narrativa, bem construída, direta e repleta de momentos leves e divertidos, é acompanhada por uma estética que enche os olhos, transformando cada cena em um espetáculo visual.
Isso se deve a uma combinação improvável que funciona surpreendentemente bem. De um lado, carros clássicos com design arredondado e cromados reluzentes, dignos de um museu; do outro, naves espaciais modernas, repletas de tecnologia de ponta, e robôs que poderiam facilmente ser fruto de uma inteligência artificial de última geração. É como se o passado e o futuro se encontrassem, dessem as mãos e resolvessem caminhar juntos.
A direção de arte é puro capricho: nada parece jogado ou genérico. A paleta de cores lembra os quadrinhos antigos, com tons mais quentes e desbotados, mas recebe o polimento refinado dos efeitos especiais atuais. Até os robôs seguem essa estética retrô-futurista, em que parecem saídos de um filme de ficção científica antigo, mas com detalhes e movimentos que só a tecnologia atual consegue entregar.


Reed Richards, o Senhor Fantástico, é talvez o personagem que mais simboliza essa mistura. Seus laboratórios têm o charme “analógico” dos anos 1960, repletos de botões, luzes piscando e monitores arredondados, mas funcionam com sistemas tão avançados que fariam qualquer cientista da ficção moderna morrer de inveja.
É um “futuro do passado” que prende a atenção e dá personalidade ao filme. Até a cidade segue a mesma lógica: prédios art déco e fachadas antigas dividem espaço com drones e painéis holográficos. É um cenário que dá vontade de pausar o filme só pra ficar reparando nos detalhes.
No fim das contas, Primeiros Passos pode até seguir a fórmula conhecida das histórias de origem, mas o que o torna especial é justamente esse estilo único. É leve, divertido e visualmente encantador daquele tipo que deixa você com um sorriso bobo ao sair do cinema.
Para quem acreditava que o Quarteto Fantástico já não tinha mais nada a oferecer, esta é a prova de que, com personalidade e um olhar afiado para a estética, ainda é possível surpreender.
Escrito por: Ana Luiza Barreto | Editado por: Giovanna Té Bassi

