Ioga: existe mais de uma? Conheça suas modalidades

Hatha, Ashtanga, Vinyasa e Kundalini são apenas algumas, das diversas variações da ioga

A ioga é conhecida por ser uma prática focada em desenvolvimento físico e emocional. Embora muitos a associem a práticas serenas e contemplativas, é importante destacar que essa evolução pode ocorrer tanto por meio de métodos mais lentos e pacíficos, quanto através de abordagens mais intensas e ativas.

Como resultado, a diversidade de modalidades oferece um leque de opções. Isso permite que cada praticante encontre aquela que melhor se alinha com suas necessidades e preferências.

Ao explorar suas variações, é possível descobrir que há práticas projetadas para fortalecer o corpo e a mente, enquanto outras se concentram na flexibilidade, na meditação ou até mesmo na energia espiritual. Desse modo, há oportunidades de experimentar diferentes estilos de movimento, técnicas de respiração e filosofias. Assim, expande-se a compreensão e a vivência da ioga. 

Ioga é o próprio autoconhecimento e, na prática, é a busca de homeostase, equanimidade e regulação do sistema nervoso. Aprender a perceber meu ritmo corporal e psíquico, modular esse ritmo e ter mais saúde emocional são alguns dos melhores efeitos após 18 anos de prática, que também deixou meu corpo forte, saudável e flexível”, conta a ioguini Raquel Peres.

Essa jornada de autodescoberta e autotransformação não apenas enriquece a prática individual, mas também contribui para um estado de equilíbrio holístico. Nesse sentido, o corpo, a mente e o espírito se fundem em harmonia. Hatha, Ashtanga, Vinyasa e Kundalini são apenas alguns, dos vários tipos de ioga.

A seguir, conheça um pouco mais sobre as principais modalidades da ioga e seus benefícios.

Hatha Ioga

A modalidade representa a origem de qualquer derivação da ioga. Logo, ela está diretamente ligada aos asanas (posturas), a respiração e a meditação.

O termo tem origem na definição sânscrita de “hatha”. A união das sílabas “ha” e “tha”, se traduz, respectivamente, em “sol” e “lua”, fazendo jus à energia que desperta e à energia que relaxa, bem como ao ying e yang, ou energias masculina e feminina.

Praticar ioga físico é necessariamente praticar Hatha Yoga! Atualmente, na maioria das vezes, praticamos uma abordagem contemporânea e descrevemos o estilo da prática – hatha, vinyasa, ashtanga, restaurativo”, explica a instrutora Raquel.

Vinyasa Ioga

O Vinyasa Ioga consiste na transição fluída entre posturas. Também conhecido como Flow Ioga, a modalidade não tem sequência definida.

Vinyasa é uma prática fluída e dinâmica, onde conectamos uma postura na outra, criando assim uma movimentação constante, tendo a respiração como o verdadeiro condutor de toda essa ação. A prática é sobre se mover com consciência, sem se apegar ao destino, mas apreciando o caminho e a transitoriedade da prática, e isso reflete muito sobre a vida”, define Renata Diehl, tutora de ioga e co founder do Intu Vinyasa Yoga School.

De acordo com Mariana Shakti, professora dos métodos Hatha, Vinyasa e Kundalini, o estilo traz movimentos mais fluídos dentro das transições entre as posturas. Assim, é possível trazer mais mobilidade, força e conforto na respiração, para realizar os movimentos com leveza e segurança.

A profissional revela que se encontrou nessa variação, definida pela fluidez física, mental, emocional e energética.

O Vinyasa traz o feeling da ioga intuitiva. O seu corpo diz o movimento que ele precisa, o ritmo e te induz a sua prática e ao conforto (…) Você tem liberdade e conforto em qualquer movimento que propor seu corpo a fazer. Assim, conseguimos deixar o aluno se manifestar de maneira muito livre na prática. Ao invés de o corpo se adaptar aos movimentos, os movimentos se adaptam ao seu corpo”, conclui Mariana.

Ashtanga Ioga

A Ashtanga Ioga surgiu das escrituras sagradas do mestre Patanjali e no Hatha Ioga. Nessa modalidade, os asanas são feitos em conjuntos fixos de sequências, com seis padrões definidos. As posturas são ensinadas uma de cada vez.

A prática de Ashtanga possui uma série fixa e você consegue evoluir para a série seguinte apenas quando tem o domínio da anterior. É um estilo bem exigente, fisicamente falando, pois além das posturas em si, sugere-se que seja praticada seis vezes por semana, o que faz com que o praticante desenvolva bastante disciplina”, explica Nana Frisoli, instrutora de ioga. 

De acordo com Juliana Ferraro, especialista na modalidade, as aulas seguem um método que se chama “estilo Mysore”. Nele, todos praticam juntos a sequência, mas cada um no seu ritmo. As posturas podem ter modificações caso existam lesões, dores e dificuldades de mobilidade.

A atividade é baseada em três bases: as posturas (asanas), a respiração que fazemos com um som sussurrante contraindo levemente a glote, o foco ocular (drisht) que é ensinado junto com as posturas. Junto com a respiração, trabalhamos a energia sutil através dos bandhas (fechos energéticos), ativando o movimento do diafragma (Uddhiana bandha), e do assoalho pélvico (moola bandha)”, conclui Juliana.

Iyengar Ioga

O Iyengar Ioga é uma das modalidades de maior inclusão. Seu objetivo é aproximar a prática de qualquer pessoa, independente de seu grau de aptidão com atividades físicas.

A variação se baseia nos ensinamentos do mestre B.K.S. Iyengar, e direciona o foco aos cuidados com o alinhamento corporal. Nessa prática, o intuito é ensinar os asanas com rigor técnico, independente do tempo que leva para atingir sua exatidão.

Outro diferencial é o incentivo ao uso de “props”, ou seja, materiais externos de apoio. Almofadas, blocos, cintos e cadeiras são bem-vindos para auxiliar a entrada nas posturas de modo a respeitar os limites individuais. Dessa maneira, a modalidade se torna ideal desde para aqueles que possuem restrições físicas até pessoas com habilidade prévia na prática.

Kundalini Ioga

Também chamada de Ioga da Consciência, a Kundalini Ioga associa pranayamas (técnicas de respiração consciente), posturas, mantras e meditação. Em síntese, o principal pilar da modalidade é ativar o potencial criativo, integrando harmonia física, saúde mental e conexão espiritual.

A prática de Kundalini trabalha bastante a energia e a consciência. Também pode ser uma prática vigorosa, mas é mais voltada ‘pros’ centros energéticos ao longo da coluna, conhecidos como chakras, e para o lado espiritual, com a meditação”, explica Nana.

Escrito por: Mariana do Patrocínio | Editado por: Clara Molter Bertolot