As Mil e uma noites de Elie Saab
Elie Saab é um estilista libanês que faz sucesso entre as celebridades e socialites pelo mundo. Suas obras de arte — sim, porque são artes e não apenas roupas — são artigos dignos de exposições em grandes museus. Ademais, na última quarta-feira, 13 de novembro, a Arábia Saudita foi palco do 45° aniversário da marca de Saab. Em Riyadh, Monica Bellucci, Camila Cabello, Celine Dion e ícones do mundo árabe como a cantora libanesa Nancy Ajram, o cantor egípcio Amr Diab, por exemplo, e outras centenas de pessoas se reuniram para assistir à exibição dos itens da celebração.
O TAPETE VERMELHO
Todo o ano, a Arábia Saudita organiza a Riyadh Season, uma grande exposição que inclui partidas esportivas, eventos culturais e outros acontecimentos — como o desfile de Elie Saab — para celebrar a Middle East Culture, ocorrendo durante o inverno saudita. O evento começou no ano de 2019 e foi criado pela General Entertainment Authority, como parte de um programa do governo do país que tem por objetivo principal atrair turistas.
De maneira destacada, o desfile foi apresentado por Cole Walliser, rostinho carimbado em tapetes vermelhos, e acompanhado por uma jornalista local, os dois receberam muito bem a todos que passaram pelo tapete de Saab.
O SHOW
As atrações musicais ficaram por conta de Jennifer Lopez e Celine Dion e artistas populares na região, como a libanesa Nancy Ajram. Tanto Celine quanto Nancy deixaram a plateia em polvorosa — pelo menos foi o que me pareceu aqui do meu sofá. Acredito que o retorno de Celine após todos os altos e baixos enfrentados em sua saúde, somado ao fato de que ela possui uma carreira aclamada, ajudou a criar um clima bastante animado.
Vale ressaltar que, até os homens, vestidos com trajes típicos em um país cheio de tradições inquebráveis, se levantaram quando Dion os convidou a participar do show de encerramento. Sem dúvida, foi um momento lindo.
Por outro lado, Nancy trouxe o ritmo característico da música árabe, capaz de contagiar qualquer pessoa, sem exceção. E digo isso porque, do meu sofá, era possível sentir aquela energia única que atravessava a tela da TV.
Por fim, o cantor egípcio Amr Diab, criou um clima digno de pegar uma taça e abrir um vinho. Certamente, os árabes sabem fazer festa, gente.
Camila Cabello definiu seu setlist repleto de sucessos. Entre as músicas apresentadas, estavam “Senhorita” e “I love It” e, assim como Lopez, ela coreografou com as dançarinas, deixando sua marca na noite de Saab.
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A COLEÇÃO
Intitulado “The 1001 Seasons of Elie Saab”, ou “As 1001 estações de Elie Saab”, o desfile foi coreografado e contou com 300 peças muito bem acabadas, como já é tradição do estilista. As criações pareciam joias para o corpo, em vez de vestidos. A coreógrafa responsável por fazer tudo acontecer foi Blanca Li. Blanca conseguiu costurar com mestria os shows, como o de Celine Dion e outros cantores ao desfile. Certamente, não deve ter sido tarefa fácil, considerando as 300 peças de Saab.
Além disso, Li não foi a única participação especial na construção do espetáculo que assistimos na última semana. A ex- editora chefe da Vogue francesa, Carine Roitfeld, foi a stylist responsável por trazer um toque contemporâneo às peças atemporais de Saab. Certamente, sua experiência complementou a elegância atemporal do estilista.
Bordados, pedras, caimentos à la Saab, silhuetas deslumbrantes, sensuais e elegantes, além de joias para a cabeça, apareceram na passarela e deixaram os presentes no local e aqueles assistindo à transmissão (inclusive eu) de olhos e boca bem abertos. Posso apostar que a sensação foi unânime; a cada modelo que desfilava, a ansiedade pelo que viria a seguir só aumentava.
Foi interessante também observar o desenvolvimento dos conceitos de cada grupo de vestidos. Em certo momento, surgiu um quarteto de peças que pareciam feitas para deusas do Olimpo ou ninfas.
Durante o desfile, fui transportada para um imaginário mágico e mitológico em questão de segundos, entre a entrada e saída das modelos.
Em um momento, imaginei facilmente Sheherazade, nas mil e uma noites, vestindo belas criações em uma noite luxuosa, sob tendas montadas no deserto saudita.
BRIDE
E o vestido de noiva? Futurista e de tirar o fôlego. É impossível falar de Elie sem lembrar de seus icônicos vestidos de noiva, já que foi através deles que sua carreira decolou.
Se eu fosse me casar em breve e pudesse escolher qualquer designer para o meu vestido de casamento, seria Saab, sem dúvida. Digo isso porque ele tem um toque de Midas, criando peças brutalmente luxuosas, mas sem abrir mão da delicadeza. É o jeito dele de fazer o feminino ficar ainda mais evidente, criando uma sensualidade equilibrada. Acho que já deu para perceber que sou uma grande fã do trabalho do libanês.
Este fashion show entregou, literalmente, o que essas duas palavrinhas representam: uma fusão perfeita entre o Oriente e o Ocidente. Com grande entusiasmo, celebramos o caminho para as próximas décadas de Elie Saab no mundo da moda.
Escrito por: Isabella Jacoud Moreira | Editado por: Flavia Cavalcante