Hout Bay - África do Sul, inclusa no manual de sobrevivência caso você prefira águas mais quentinhas.
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África do Sul: Seu manual de sobrevivência no país!

Aqui está o seu manual de sobrevivência no país, caso tenha escolhido a África do Sul como palco da sua primeira viagem internacional. Montamos um guia detalhado, recheado de dicas, para responder todas as questões que ninguém te conta sobre viajar para um dos países mais bonitos do continente africano. 

Se você ama viajar e quer conhecer novas lugares, descubra a África do Sul e sua chuva torrencial de arte e cultura.

Quando decidimos viajar internacionalmente uma chuva de burocracias cai sobre as nossas cabeças, e apesar de parecer assustador no começo, é bem legal ir passando por cada uma das etapas e desbloqueando novos conhecimentos. Quando você percebe, está craque no assunto viagens.

Hout Bay - África do Sul, inclusa no manual de sobrevivência caso você prefira águas mais quentinhas.
Hout Bay – África do Sul, inclusa no manual de sobrevivência caso você prefira águas mais quentinhas. (Foto: Letícia Virgínia/Arquivo Pessoal)

É bacana pesquisar sobre tudo! Tudo mesmo! Sobre passaporte, sobre visto, sobre o seu destino final, o que é indicado levar e o que você não pode levar de jeito nenhum, etc. 

Lembrete: Essas informações são sobre o embarque e estadia na África do Sul. Se você vai para outro destino, a leitura ajuda, mas não substitui o manual de sobrevivência sobre as exigências do seu destino.

Aeroporto: Uma missão possível

  • Passaporte

Para entrar no país é necessário passaporte válido por no mínimo 30 dias, isto é, após sua data de saída. Além disso, é necessário pelo menos uma página em branco no seu passaporte para o famoso carimbo, ou seja, checar a data de vencimento do documento é imprenssindível. Para ficar até 90 dias como turista no país, não é necessário o visto.

  • Embarque

Se você fechou com uma agência, é importante que eles enviem sua reserva aérea. Através dela você acessa detalhes do voo, como por exemplo, o código localizador da companhia, que permite encontrar o voo através de aplicativo de celular, escolher assentos, verificar portão e cartão de embarque, e principalmente, ficar de olho em mudanças que podem ocorrer. O portão do meu voo, por exemplo, mudou minutos antes da liberação do embarque.

  • Dormir no aeroporto

Em voos nacionais é preciso chegar uma hora antes do voo. Nos internacionais, são três horas. Ultrapassar esse tempo é cansativo, apesar de algumas pessoas dormirem no aeroporto. Você fica o tempo todo em estado de alerta, com medo de ser roubado ou perder o voo, o que impede o descanso. Se tiver uma conexão longa vale a pena pesquisar os arredores do aeroporto e investir em um hostel.

  • Bagagens

Dependendo da companhia aérea, é permitido despachar até duas malas de 23kg ou 32kg, além uma bagagem de mão de até 10kg e um item pessoal, ou seja, uma mochila pequena que caiba abaixo do assento. Sua bagagem de mão vai no compartimento acima dos assentos e é importante levar mudas de roupas, afinal, sua mala pode não chegar no destino final. Procure também usar roupas e sapatos confortáveis no aeroporto, para não obstruir as filas.

Documentação, imigração e segurança

  • Documentação

Leve a cópia do seu passaporte, assim você pode guardar o original em um local seguro. No Curiocity, por exemplo, existia um compartimento na cama dos quartos compartilhados onde era possível deixar coisas trancadas, e na ausência desse tipo de segurança, você pode ter um cadeado para trancar sua própria mala.

Além da cópia do passaporte é importante ter todos os seus comprovantes de vacinação em dia. Para entrar na África do Sul, eu precisei de um laudo internacional de vacinação da febre amarela e covid-19. Se estiver embarcando como turista, é legal ter o comprovante das suas passagens de ida e volta e hospedagem. Se estiver indo para estudar, o comprovante da matrícula na escola é indispensável.

  • Imigração

Não é um interrogatório policial, mas sim uma conversa na língua local. Você precisa estar minimamente preparado para responder algumas perguntas. No meu caso, a mulher apenas me perguntou porque eu estava querendo entrar no país, quanto tempo eu ia ficar e onde estaria hospedada. Se a língua é um grande problema para você, tenha em mãos a documentação comprobatória que você tem data de entrada e saída do país, que as passagens estão comprovadas e que você possui um vínculo com seu país de origem, e precisa voltar para ele.

  • Seguro viagem

Você deve ter em mãos o comprovante do seguro viagem, mas não deixe para a última hora! Pesquise qual o melhor seguro te atende porque as vezes não é permitida a entrada no país sem ele. Eu, por exemplo, fechei o seguro com a Affinity, e mesmo não precisando usar o serviço, tive a segurança de saber exatamente o que eu estava ou não coberta.

Segurança e métodos de pagamento

  • A moeda local

Seu manual de sobrevivência inclui o câmbio do país. A moeda da África do Sul é o Rand, uma moeda bem desvalorizada. Um ZAR vale cerca de R$0,26 centavos brasileiros, na cotação de hoje, 27 de junho de 2023. Ah, então eu posso levar pouco dinheiro? Não sei. Isso depende muito de como você quer viver no país, como quer fazer suas refeições, quais passeios quer fazer. O ideal mesmo é pesquisar o preço de tudo por lá e já colocar seus gastos na ponta do lapís.

  • Cartão Wise

Um dica muito bacana é o cartão Wise. Ele é como se fosse um cartão de débito, você deposita o dinheiro nacional e o aplicativo te dá opção de transformar aquele valor em moeda estrangeira. Eu transformei todo o meu real brasileiro em rands e o meu namorado transformou somente a metade. Decidimos levar alguns dólares e algum valor em real na Wise mesmo, para eventuais imprevistos, e realmente usamos as três moedas no fim. Os dólares nós usamos no aeroporto na volta, comprando chocolates no Duty Free e o valor em real utilizamos para acertar um serviço que contratamos da agência no fim da viagem.

A maior parte das compras que fizemos, incluindo comida, lembrancinhas, itens pessoais, etc, utilizamos o cartão normalmente. Porém, alguns lugares e passeios apenas aceitavam dinheiro em espécie, então foi preciso sacar uma boa quantia para termos sempre que fosse necessário.

Para uma segurança extra, uma dica no manual de sobrevivência é habilitar a função internacional no seu próprio cartão de crédito. Você não precisa usar, afinal, as taxas quando volta para o Brasil são de infartar qualquer um, mas ter a segurança de que você não vai ficar na mão e sem dinheiro extra caso precise te permite dormir tranquilamente à noite.

Conexão com a internet

  • Chip de celular

Como você pode imaginar, não, a sua internet brasileira não vai funcionar na África do Sul. E mesmo que funcionasse, é melhor não embarcar nessa. Quando eu cheguei no país, a minha agência havia deixado uma bag no quarto, contendo uma cartinha de boas vindas, bonés, um cartão de ônibus e chip de celular. No fim das contas eu não usei o chip deles, comprei um na loja do Martins, porque atendia melhor as minhas necessidades. Anotem, se viajarem para a África do Sul, a primeira parada precisa ser na loja do Martins para pegar seu chip, habilitá-lo no seu celular e já fazer amizade com o Moçambicano mais legal que vocês vão conhecer.

  • Cartão My City

O My City é o cartão de transporte da África do Sul, e ele é uma mão na roda para você turistar a cidade sem medo. Ele cobra por trecho e você consegue recarregar tanto com dinheiro como com cartão Wise, dependendo do local de recarga (postos oficiais, mercadinhos, farmácias, etc).

Itens do seu manual de sobrevivência na África do Sul. (Foto: Letícia Virgínia/Arquivo Pessoal)

Dicas especiais!

  • Roupas

Leve corta-ventos, bonés, toucas e óculos de sol. Em Cape Town faz muito calor no verão, mas venta muito frio! É impossível curtir uma tarde na Table Moutain, por exemplo, sem estar agasalhado em um bom moletom ou corta vento e usando toucas para proteger os ouvidos do vento forte. A experiência vai ser mil vezes melhor se você estiver vestindo as roupinhas corretas em cada um dos seus passeios.

Tênis confortáveis, e roupas de acadêmia são indispensáveis no seu manual de sobrevivência se você quiser se aventurar fazendo trilhas ou indo aos parques naturais da região.

E ainda falando sobre os lookinhos, o maior achadinho de Cape Town é a Mr Price, uma rede de lojas de roupas para garimpar no precinho! Se a sua intenção é fazer umas comprinhas, vale a visita na loja.

  • Faça amizades

Mas se sua praia é conhecer pessoas, então seja na praia, nas montanhas ou na escola, fazer amizades é uma obrigação. Além de você não se sentir solitário, pode construir amizades legais para toda vida, e ter uma rede de apoio bacana em um outro país é indispensável. Eu viajei em um grupão de 20 pessoas, então, criei laços e curti muita coisa acompanhada de amigos que já embarcaram na aventura comigo, mas conheci pessoas em sala de aula, em rolê, e até no transporte público que não vou esquecer.

  • Tenha noções da língua

Não é um requesito saber falar inglês para viajar para a África do Sul. Eu conheci uma amiga lá que não falava nadinha de inglês, e dava a cara a tapa conversando com gringo, fazendo pedidos nos restaurantes, e inclusive, quando o grupo foi embora, ela FICOU! Mas é importante ter noções mínimas para que você não se sinta perdido ou deslocado.

Dicas bônus!

  • Não dê bobeira! A África do Sul é um dos países mais lindos e fomentados de cultura que existem, mas também é um dos países mais desiguais do mundo. Então tem pessoas que furtam, que roubam, e que tem o caráter duvidoso, como em qualquer lugar do mundo. Então não carrega o celular no bolso, a mochila para trás, não leve o passaporte com você à todos os lugares, não ignore os seus limites físicos, com bebidas alcoólicas, etc.
  • Sempre leve sua sacola para o mercado! Gente a sacola lá não é barata não, e pagar por ela toda vez que você compra algo no fim sai bem “caro”. Como eu disse, o país é um dos maiores em desigualdade social, então tem muita gente pedindo comida ou dinheiro na rua. Quando você sai com sacola de mercado, vira um alvo fácil, então, levar sua bolsa, mochilinha, ecobag, ou o que quer que seja, torna a sua experiência melhor.
  • Não esqueça os eletrônicos! Leve tudo com você na sua mochila de item pessoal, e leve adaptadores também. Na África do Sul, as tomadas são específicas e você vai precisar. Lá também acontece um corte na energia elétrica chamado loadshedding, que é o programa nacional de interrupção do fornecimento de energia, criado para diminuir a demanda de eletricidade no país. Eles possuem uma tabela com os horários, então, se prepare e mantenha os eletrônicos com carga máxima. Os carregadores portáteis são uma mão na roda.
  • Por fim, aproveite os momentos! Viva intensamente! Vá em todas as exposições e galerias de arte que puder, conheça todas as praias que conseguir, se aventure em montanhas, trilhas, bondinhos e dance em todas as festas que aguentar. E volte sempre que puder.

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