Edward Enninful: o homem que reinventou a British Vogue
A Vogue é uma das revistas mais populares e bem consolidadas do mundo, especialmente na área fashion. Por esse motivo, pessoas de diversos países acompanham as grandes capas, matérias e outros conteúdos produzidos por tal. Mas quem está por trás desses sucessos? Bom, a edição de cada país tem um editor-chefe e hoje vamos falar sobre o homem brilhante que encerrou sua jornada com Vogue britânica. Portanto, ele apresentando uma das capas mais incríveis já feitas: Edward Enninful.
Para começo de conversa, Edward já começou sua jornada na Vogue fazendo história. Até então, a revista britânica só havia tido mulheres brancas como editoras-chefe, o que fez com que Enninful fosse o primeiro homem negro a assumir o cargo.
Um pouco sobre a história de Edward Enninful
O editor nasceu em Gana em 1972, mas se mudou para Londres logo na infância. A princípio, nada o conectou à moda até seus dezesseis anos. Mas, quando um estilista britânico chamado Simon Foxton o abordou em um trem e disse que ele deveria virar modelo. Portanto, isso foi a porta de entrada que Edward Enninful precisava para se apaixonar pela moda.
Dessa forma, aos dezoito anos, o menino havia decidido que queria trabalhar em uma revista de moda e passou a ser assistente de Beth Summers, editora de moda da revista britânica i-D. Em suma, a partir daí, ele conquistou mais um marco histórico: o diretor de moda mais jovem da história da publicação. Não satisfeito com isso, Enninful passou a colaborar com a Vogue americana e com a Vogue italiana, na qual fez ainda mais história com a “Edição Negra” (2008).
Essa a edição consistia em exibir apenas modelos negros. Em resumo, a ideia era celebrar a presença da etnia em várias áreas como arte, entretenimento e política. Além disso, contava com quatro capas diferentes com as modelos: Naomi Campbell, Liya Kebede, Jourdan Dunn e Sessilee Lopez. Segundo Luanda Vieira – jornalista de moda e ex editora de beleza e wellness da Vogue Brasil – “O Edward possibilitou que a moda e o mundo olhassem para temas e pessoas que eram excluídas do imaginário do que é bonito, interessante, intelectual. Ele foi o primeiro a colocar uma mulher negra na capa da Vogue Britânica e isso mudou a forma de produzir revista no mercado mundial.”. A edição fez tanto sucesso que esgotou nas bancas do Reino Unido e dos EUA em 72 horas.
Capas e mais capas surpreendentes
Todo seu trabalho como diretor conseguiu reinventar a revista britânica em menos de 6 anos. Mas, Edward publicou, agora em fevereiro, sua última capa para Vogue. Conhecendo o homem, já era de se esperar que não seria uma capa qualquer. Em suma, fez com que nós expectadores não sabíamos é que ele seria capaz de reunir 40 das mulheres mais influentes e icônicas do mundo para uma única capa.
Além de ser um feito icônico, a beleza dessa conquista é o que mais impressiona. Mulheres de várias idades, tamanhos, etnias e áreas se juntaram para celebrar a feminilidade, a moda e acima de tudo, a mudança causada por Edward Enninful. Em um vídeo publicado pela Vogue britânica, ícones como Naomi Campbell, Dua Lipa, Anya Taylor-Joy, Oprah entre muitas outras prestaram homenagem ao diretor e relembraram momentos importantes de sua carreira.
É praticamente impossível escolher uma capa favorita feita durante a estadia de Edward. Ele sempre fez questão de explorar vários tipos de beleza e ainda sim passar mensagens. Alguns destaques foram: Adwoa Aboah (primeira capa do editor para a Vogue britânica em dezembro de 2017), Rihanna e Asap Rocky (favorita de Luanda Vieira “Tudo nela representa todas as mudanças que Edward sempre promoveu no mercado editorial.”), Paloma Elsesser, Precious Lee e Jill Kortleve (em abril de 2023 mostrando o novo “tipo” de supermodelos) e Selma Blair, Ellie G e Aaron Philip (em maio de 2022 e contou com 19 personalidades com deficiência que se ressaltam em diversos campos, incluindo moda, esporte, artes e ativismo). E você, tem uma favorita?
Escrita por: Gabriela Travizzanuto / Editada por: Gabriela Andrade