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Moda e a identidade cultural
A moda é muito mais que look do dia e tendências. A moda é um meio de comunicação de povos, raças e identidade.
Quando pensamos ou ouvimos falar em moda, a primeira coisa que imaginamos é, look do dia, tendências, desfiles, grifes e etc. Mas deixa te contar uma coisa: a moda vai muito além de look do dia.
Antes das tendências, dos “simples” desfiles, a moda antes de tudo é política, economia e postura social. Além disso, ela expressa a cultura de cada povo, raça, costumes, hábitos e dentro de inúmeros aspectos.
No artigo no site Meer, escrito pela colaboradora Ana Margarida Meida, ela cita que a moda ao longo dos anos vem trazendo identificação e dinamismo das sociedades. “Ao longo do tempo, a moda serviu como espelho das dinâmicas e das práticas dos contextos onde se insere, construindo-se como discurso ao comunicar traços distintos e identitários de cada um e de cada coletividade. Inserimo-nos numa sociedade definida pelo consumo e que é, simultaneamente, hedonista e individualista”, diz.
A moda como movimento cultural
Nem sempre a moda foi vista dessa forma, como um movimento cultural. A indústria por muitos anos, era vista como intocável, não era qualquer pessoa ou condição social que era convidado para partilhar desse universo. Visto que a referência de moda que nos era apresentada era Europeia, não tínhamos outras referências.
Quando pensamos no povo preto, o que eles tinham de referência para sua cultura? No âmbito social não tinha representatividade, não tinha oportunidade para ter destaque e visibilidade. Portanto, entendemos porque da moda ser vista como algo exclusivo e elitizado.
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Sobretudo essa ideia e “exclusividade” foi difundida pela elite, e com essa bolha formada como que fica a moda das ruas? das periferias? a moda preta e das minorias? É uma discussão que pode ser vista como complexa, mas é algo fácil de analisar e se deve debater.
No artigo do site Elle, a mestre em ciência da religião, Hanayrá Negreiros, cita no seu texto que essa exclusividade mudou com os avanços das redes sociais. A internet é uma ferramenta – quando bem utilizada – para discutir sobre vastos assuntos e dar visibilidade. “A internet e as redes sociais mudaram um pouco isso, fazendo com que os olhares fossem ampliados e as vozes que antes eram silenciadas, sem muita chance de repercussão, ganhassem mais escuta”. Explica.
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IDENTIDADE
O conceito sobre a identidade são atributos que caracterizam cada pessoa, ou seja, características que diferencia uma pessoa das demais. Sendo assim, mostrando como cada ser tem seu DNA e individualidade.
Assim, podemos entender como a moda tem relação com as vastas identidades. Por exemplo, a comunidade preta, certamente a cultura desse povo é ampla e simbólica.
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Os acessórios: argolas grossas e correntes. Características que mulheres e homens adotaram como identificação. Mas vão surgir: mas esses acessórios não são exclusivos da cultura preta. Sim, não é, o que vem mostrar que a comunidade negra adaptou para a sua identificação, usando cores vibrantes, desenhos característicos da raça e dentro outro. As correntes foram popularizadas pela forma no hip-hop que é um gênero do povo preto. Mostrando riqueza e poder, pois o povo negro não era visto nessa condição.
Alfaiataria Oversized: Se popularizou pela influência do cantor de jazz Cab Calloway, no ano de 1930 em uma das suas apresentações. Com a sua visibilidade o estilo de roupa se espalhou e vou adquirida pela população negra e latina.
Tranças: As tranças são um dos pontos fortes da cultura. Elas representam identificação dos povos, dos costumes de cada povo, da região, religião e território. Um símbolo de luta e resistência. As tranças eram uma forma de fuga, os formatos das tranças eram os desenhos dos caminhos para os escravos fugirem, por isso, que não é um simples penteado e, sim, uma simbologia ancestral.
Globalização
Usando a cultura preta como exemplo, um exemplo significativo, podemos abrir mais a mente e entender essa relação da moda no âmbito da identidade cultural. Em mundo não distante víamos uma indústria branca e exclusiva. Hoje, temos uma amplitude de vários movimentos culturais.
Dessa forma, podemos ver pelos desfiles, onde os estilistas usam essas “performance” para protestar, para dar visibilidade para um movimento, para uma comunidade.
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Portanto, a globalização é um fator responsável pela expansão da identidade cultural na sociedade que entra na indústria da moda. A cada dia vemos que a moda não é exclusiva e que não está dentro de uma bolha elitizada e branca.
Olhando de longe, enxergamos uma indústria colorida, com várias raças, símbolos, costumes, CULTURA e IDENTIDADES. Esse espaço está mais amplo e traz mais oportunidades.
“Fica entendido que o conceito de moda difundido pelas elites nunca deu conta de celebrar as riquezas estéticas, históricas e culturais que se insurgem em narrativas e discursos e movimentos nas brechas das sociedades. São essas vozes as que sempre pensaram o vestir como uma expressão de arte e como uma maneira de se comunicar e contar outras tantas histórias”. Hanayrá Negreiros, artigo no site Elle.
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