Desfiles,  Moda

MM6 Maison Margiela e sussurro criativo em Milão

MM6 Maison Margiela: coleção Primavera/Verão 2026 é baseada em contrastes, e, apesar de morna, traz suspiros de novidade na passarela

Reprodução/Instagram: @mm6maisonmargiela
Looks da coleção SS26 exalam elegância casual no ambiente urbano.

Desfilada no terceiro dia da Milan Fashion Week (25/09), a coleção ready-to-wear da MM6 Maison Margiela para o verão cumpre o que se propõe, apostando no casual chic com a predominância de tons neutros e alguns pontos de cor em destaque, mas não vai além.

“Na rua, tudo pode acontecer, e o improviso é a lei”

Dispensando as passarelas tradicionais, a MM6 levou seu desfile à rua, mais especificamente à Via della Spiga, em frente à recém renovada “loja conceito” da marca. As modelos desfilaram as criações em uma calçada branca, o que reforçou visualmente o compromisso da marca com o urbano e o cotidiano, assim, se afirmando como a frente mais acessível do universo maison francesa.

Como dizem as notas do desfile: “Na rua, tudo pode acontecer, e o improviso é a lei”, e esse improviso se faz presente na mistura de texturas, pontos de cor inesperados e nos contrastes – que de forma alguma competem por atenção, mas sim, acrescentam identidade aos clássicos essenciais da marca.

Destaques da coleção

Reprodução/Instagram: @mm6maisonmargiela
Coleção da MM6 tira sua força dos detalhes
  • As jaquetas de couro desgastado, remetendo à uma estética vintage e descolada;
  • A mistura de transparências – presentes no colo, nas saias e nas meias ¾ – com materiais de maior peso visual, como o próprio couro;
  • Os óculos pretos de frente única usado por todos os modelos, desde os que vestiam shorts aos que vestiam alfaiataria despojada;
  • As pochetes coloridas de formato nada tradicional;
  • Os visuais monocromáticos ao final do desfile.
Reprodução/Instagram: @mm6maisonmargiela
Look amarelo monocromático roubou a cena nos momentos finais do desfile

MM6 e a filosofia do nome Margiela

Ainda que interessante em suas composições, a enxurrada de sobriedade, com tons neutros, cortes simples e caimentos nada surpreendentes, a MM6 vêm se colocando cada vez mais como uma marca distante da proposta de criatividade e experimentalismo da label principal. 

Ainda que isso não seja necessariamente algo ruim, a coleção mediana, associada à atmosfera morna do desfile — reforçada tanto pelo ambiente quanto pela escolha musical — dá munição às críticas dos fãs que ainda não conseguiram desvincular as criações da MM6 do imaginário experimental da Maison Margiela. Antes extravagante e dramática sob a direção de John Galliano, a marca agora se apresenta mais contida e comercial sob o comando de Glenn Martens.

Escrito por: Carol Coutinho | Editado por: Giovanna Té Bassi

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *