
Casa Paganini na Casa de Criadores: Moda Visceral Com Sobrenome
Estrear uma marca na Casa de Criadores é como abrir um diário em praça pública. Guilherme Paganini, no entanto, não parece minimamente intimidado.

Ex-modelo, acostumados com os holofotes das passarelas e habituado a encarnar visões alheias, Paganini agora entra em cena com algo mais íntimo: roupas que não performam tendências, mas contam histórias.
Sua coleção de estreia na Casa de Criadores tem cheiro de terra molhada e gosto de fruta recém-colhida.
Verde folha, bege barro, marrom casca: a paleta de cores não foi escolhida para combinar com o feed, mas para lembrar que a moda, quando nasce do chão, floresce mais potente.
Os recortes parecem portais, e as fendas, frestas no tempo por onde o passado e o futuro espiam um ao outro.
“Moda e responsabilidade não podem mais caminhar separadas!” — Diz Paganini, sem a menor intenção de soar didático.
Ele só está dizendo o óbvio (que a indústria insiste em ignorar): um vestido de renda filé leva duas semanas para ser feito. Isso, hoje, é quase subversivo. E absolutamente necessário.



O nome da marca, Casa Paganini, não quer ser apenas poético. É literal!
É a avó costureira, o avô que lidava com couro e a mãe ex-modelo. É também um modo de fazer moda que não flutua acima do mundo, mas se ancora nele.
Paganini não desenha roupas, constrói pertencimento.
Sua estreia na Casa de Criadores 56 é menos uma apresentação e mais uma declaração de intenções.
Um convite para pisar devagar, vestir com consciência e lembrar que estilo, no fim das contas, talvez seja só a forma que encontramos de honrar aquilo que nos criou.
Veja o desfile completo da Casa Paganini
E sim, é só o começo. Mas já dá vontade de morar nessa Casa.
Escrito por: Gilson Tavares | Editado por: Alice Maria
