Marlo Studio Surpreende: Estreia Visceral Une Moda e Emoção Crua

[#FLSM NA CDC]

Na sua estreia no line-up oficial da Casa de Criadores, Marlo não passou despercebido. A coleção apresentada na 56ª edição foi uma experiência completa, onde cada detalhe contribuía para construir um universo coeso, tenso e hipnotizante. A luz, a trilha, a postura dos modelos e principalmente as roupas, tudo parecia pulsar em um só compasso sombrio e eletrizante.

A protagonista da coleção foi uma estampa digital obscura, inquieta e extremamente versátil, desdobrada de múltiplas formas ao longo do desfile. Impressa em tecidos lisos que serviram como telas vivas, a estampa assumia diferentes comportamentos conforme a peça, criando ritmo visual e reforçando a força conceitual do projeto. Mais do que repetir, Marlo fez a estampa evoluir em cena, revelando novas camadas a cada entrada.

Os tons escolhidos não eram apenas escuros, mas obscuros no sentido mais atmosférico da palavra. Havia algo de denso em cada cor, como se cada look carregasse um presságio. As figuras que habitavam a estampa pareciam saídas de pesadelos ou mitologias urbanas, e os modelos, em sintonia com esse clima, andavam de forma perturbadora pela passarela, quase performando uma presença ameaçadora.

Mas por trás do medo havia precisão. Recortes estratégicos, modelagens que abraçavam o corpo sem aprisionar e construções utilitárias sugeriam resistência. As roupas vestiam corpos que se movimentam, resistem e denunciam, corpos que não pedem licença.

Com estética de pista, suor e tensão, Marlo entregou mais que uma coleção. Criou uma atmosfera densa onde o design é linguagem e a estampa é grito. Uma estreia que não só afirma presença, mas desenha um território próprio dentro da moda autoral brasileira.

Escrito por: Gilson Tavares | Editado por: Ana Carolina Gomes