O Hanbok – O Must Have Sul Coreano
Lembra da série de textos sobre peças Must Have de certas partes do mundo? Pois então, hoje iremos à Coreia do Sul.
Na era da onda coreana, ou Hallyu, é preciso falar do Hanbok. Muito se fala e consome os produtos dessa política, como os K-Dramas e o K-pop, mas pouco se fala sobre o traje que tem uma importância enorme para o país. O Hanbok possui um papel de tradição enquanto sustenta elegância e beleza.
A Ancestralidade
Tradicionalmente, o hanbok tem suas origens na antiga dinastia Goguryeo (37 a.C. – 668 d.C.) e evoluiu ao longo do tempo, passando pelas outras dinastias, como Baekje, Silla e Joseon. Ao longo da história coreana e das invasões que o país sofreu, a vestimenta também sofreu influências culturais, políticas e sociais. A “chegada” do povo mongol trouxe algumas mudanças, por exemplo, na silhueta e no design da peça.
Nessa época os coreanos amavam usar roupas brancas e eram conhecidos como a “raça vestida de branco” e, por causa disso, é possível encontrar inúmeras imagens e pinturas em que eles aparecem usando a roupa tradicional nessa cor. Contudo, como eles também apreciavam variar, não era surpresa para ninguém quando eles apareciam utilizando hanboks coloridos acompanhados de um chapéu que desse aquele “match”.
Dito isso, vamos aos tipos de Hanbok que existem e para quais ocasiões cada um deles podem ou devem ser usados:
A Estrutura e os Componentes
O hanbok para homens é diferente do das mulheres e, a depender da ocasião, eles podem variar. Para eles, é o Bagi Jeogori (calça e jaqueta), enquanto para elas o Chima e o Jeogori (saia e jaqueta). Como eu já havia dito, os coreanos gostam de variedade e passou a ser comum produzir o traje para cada estação do ano. Além disso, essas estações muito bem marcadas provocaram neles a necessidade de diferenciar os tecidos que seriam usados e, a partir disso, a cultura de roupas do país foi criada e consolidada.
Sob essa perspectiva, é preciso falar também das roupas que são usadas sob o hanbok. Sim, peças íntimas coreanas chamadas de sokchima e sokbaji. Utilizadas tanto por homens quanto por mulheres, as peças de roupa íntima são necessárias.
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O Design e a Estética
As cores do hanbok são tradicionalmente vibrantes e têm significados específicos. Vermelho e azul são comuns em hanboks de casamento, enquanto branco é a cor do luto. Esse assunto das cores é um prato cheio, né? Eu percebo a multidão de significados e ocasiões que as cores podem ocupar a depender da cultura em que se enquadra. Não é sem razão que temos o tópico tão atual como a psicologia das cores, mas esse é um assunto para outro dia.
Quanto aos materiais utilizados na construção do hanbok, eles são diversos como seda, algodão e linho. As versões mais formais e elaboradas costumam usar tecidos de seda bordados. Além disso, a roupa pode ser decorada com bordados, padrões geométricos e florais, dependendo do status social e da ocasião.
Os Usos e o Significado Cultural
Atualmente, o Hanbok é frequentemente usado em ocasiões especiais como casamentos, funerais, feriados tradicionais (como Chuseok e Seollal) e cerimônias de maioridade. Já em ambientes que ultrapassam a cultura como as semanas de moda do país, há estilistas contemporâneos que têm reinterpretado o hanbok, criando versões modernas que ainda respeitam a estética tradicional. Esse movimento é conhecido como “fusion hanbok”.
A expressão artística que embasa a criação de hanboks é enorme, já que cada um deles possui uma característica única. Além disso, o traje carrega e representa a herança e o orgulho sul coreano, além de ser um símbolo e tanto da identidade cultural do país.
As Variantes Regionais e as Influências Internacionais
Como qualquer traje típico acaba ganhando versões que se diferenciam entre regiões, o Hanbok não é muito diferente. Em Jeolla e Gyeongsang, partes do país, o hanbok perdeu alguns centímetros e virou uma versão mais curta da roupa, ou em outras palavras, um Jeogori curto. O reconhecimento global em direção à nação sul coreana se estendeu inclusive ao que o país produz quanto à moda. O Hanbok tem sido utilizado de ponta a ponta no globo e destaca a beleza e a singularidade não só de quem está vestindo, mas como do item em si.
Escrito por: Isabella Jacoud Moreira | Editado por: Giovana Sedano