1997: Como o ano mudou a moda para sempre
Em um período como nenhum outro, a temporada de setembro nos convida a pensar no futuro e relembrar o passado. Setembro é o mês Ímpar para a moda, assim como o ano de 1997 também foi. Da estreia de John Galliano na Dior, assassinato de Gianni Versace, criação das It-bags ao fio dental Gucci por Tom Ford, vamos resgatar os principais acontecimentos deste ano tão importante.
A exposição “1997 – Fashion Big Bang”, apresentada no museu Palais Galliera de 7 de março a 16 de julho deste ano, é a perfeita tradução do que o título informa: a explosão primordial nas passarelas e revistas, o reinício de tudo. Assim, o ano de 1997 foi um divisor de águas para a moda moderna.
O intitulado “Fashion Big Bang” é baseado em uma frase de um artigo de Joan Juliet Buck na Vogue Paris, declarando que a temporada de Alta-Costura do SS97 foi tão épica que se assemelhava a uma expansão radical do universo. .
Definitivamente, este ano poderia ser visto como o lançamento da moda do século XXI. Mas, afinal de contas, o que ocorreu naqueles doze meses e por que naquele exato momento?
A princípio, o ano de 1997 teve muitos momentos explosivos. Tudo isso embebido do drama pelo assassinato de Gianni Versace, em julho, e a morte da princesa Diana, ícone fashion inescapável, em agosto.
Confira aqui os momentos mais marcantes da moda no ano de 1997:
O fio-dental de Tom Ford para a Gucci
Apresentado em Milão no ano de 1997, para primavera/verão, Tom Ford escancarou o sexy na moda com sua peça fio dental “escandalosa”, feita tanto para homens bem como para mulheres. Sobretudo, a Vogue escreveu que a coleção era “o equivalente a uma noite no Studio 54” – lugar que o designer sempre frequentava em NY. A peça agora faz parte da coleção permanente do Museu de Arte Moderna (MoMA) e foi revisitado por meio de versões de Alexander Wang e Givenchy.
A grande estreia de John Galliano na Dior
Em janeiro de 1997, John Galliano apresentou no Grand Hotel, em Paris, seu primeiro desfile de Alta-Costura como diretor criativo da Dior, onde foi responsável pelos melhores, e mais criativos, momentos da marca. Como resultado, nos deixou desfiles memoráveis.
O mundo se despede de Gianni Versace
Em 15 de julho de 1997, o estilista Gianni Versace, foi assassinado aos 50 anos na porta de sua mansão em Miami, nos Estados Unidos, enquanto voltava para casa de uma caminhada. Foi baleado duas vezes por Andrew Cunanan.
De fato, Giovanni Versace, mais conhecido como Gianni, foi um dos maiores estilistas do mundo no século 20. Seu trabalho icônico foi marcado pelo estilo extravagante, sensual e por sua união do clássico com o novo, sempre acompanhado de suas supermodelos, Linda Evangelista, Naomi Campbell, Cindy Crawford. Portanto, o mundo da moda não seria o mesmo sem a Medusa.
A icônica coleção Les Insectes de Thierry Mugler
Apesar de ser famoso por suas armaduras e fascínio pelo corpo humano, Mugler lança uma de suas coleções mais emblemáticas para a Alta-Costura Primavera no ano de 1997. Ainda assim, a abordagem do estilista nas passarelas semelhante ao teatro, deixa um legado de extravagancia e criatividade.
Alexander McQueen na Givenchy
Recém introduzido ao cenário da Alta-Costura parisiense, substituindo John Galliano na direção criativa da Givenchy, Alexander McQueen, aos 27 anos estreia na marca durante a Semana de Alta-Costura, diante de muita expectativa por parte dos convidados e sobretudo da imprensa. Apesar de tanta espera, não foi bem recebido. As mudanças propostas pelo designer para uma marca tão conservadora não agradou.
“Body Meets Dress, Dress Meets Body” de Comme des Garçons
A coleção Primavera/Verão 1997 da Comme des Garçons se propôs a explorar e questionar suposições sobre a beleza feminina. Além disso, noções sobre o que é atraente, do mesmo modo que enfatiza e deforma partes do corpo tradicionalmente sexualizadas.
Apesar de ter falta de sucesso, a coleção em si tornou-se parte da história. Hoje, mais do que nunca, num mundo repleto de cirurgias plásticas, nos faz refletir e questionar.
Fendi e o nascimento da It-Bag
A bolsa Baguette, modelo inspirado no pão, é considerado a mãe das it-bags. A introdução definitiva do acessório no cenário e no imaginário consumista viria no aclamado seriado Sex and the City (cujo o episódio piloto também foi filmado em 1997). Só para ilustrar, a bolsa tornou-se um elemento recorrente no figurino da atriz Sarah Jessica Parker, no papel de Carrie Bradshaw, e logo conquistaria todos os guarda-roupas.
Escrito por: Catarina Lourenço | Editado por: Flávia Pereira
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