O upcycling tecnológico e reflexivo da Balenciaga

Balenciaga questiona: “Num mundo saturado de conteúdo, alguma coisa é suficiente?”

No último domingo (03/03/2024), a marca Balenciaga apresentou sua coleção Outono/Inverno 2024 e a mesma está recheada de luxo, extravagância e muita ironia. Com um cenário feito de IA, uma das mais recentes polêmicas no mundo artístico, o diretor criativo da marca, Demna Gvasalia, questiona sua posição na era digital.   

Surpreendentemente, com telas de redes sociais e cenários cinematográficos, as modelos caminham apressadas e utilizam looks “reciclados” de outras peças de roupa. Vestidos de sutiãs, blusas de mochilas e calças jeans deram a confirmação aos espectadores de que absolutamente tudo pode ser Balenciaga se cair nas mãos certas.

Por muitos anos, o diretor criativo da marca, Demna, sofreu muitas críticas. Acusado de apagar a visão original da Balenciaga, o profissional cria uma linha do tempo dentro da marca: de Cristóbal Balenciaga até o próprio Demna. Por exemplo, as famosas ombreiras de quadril permanecem nas passarelas. Dessa forma, o antigo abraça o novo.  

Com óculos futuristas, modelos embalados para entrega e o convite sendo um pacote do Ebay, o designer explica: “Esta coleção é sobre a estética que venho evoluindo na moda há exatos 10 anos.” Por fim, Demna ainda acrescenta: “Trata-se de identificar-se e pertencer a esta estética.”

Confira alguns looks da coleção da Balenciaga:

Com reflexões ou não, sabemos que as sátiras da Balenciaga fazem barulho o suficiente para furar inúmeras bolhas e criar ainda mais questionamentos. Será que a ironia ainda reverbera da mesma forma após várias repetições da mesma fórmula?

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Escrito por: Anna Carolina Oliveira | Editado por: Isabella Messias