Messy Girl e Coquette na obra japonesa ‘NANA’
Messy Girl e Coquette: As maiores tendências de 2024 ilustradas em um anime e mangá dos anos 2000, entenda:
Rolando o feed do Instagram ou na For You do seu TikTok, você, fashionista de plantão, já deve ter se deparado com os termos Messy Girl ou Coquette. Se botados lado a lado pode parecer grandes opostos, já que um deles presa pelo peso e cores escuras e o outro, pela feminilidade extrema. Mas, o que essas tendências de 2024 têm a ver com o mangá (e anime) escrito e desenhado por Ai Yazawa?
É o que vamos analisar ao longo desse texto e sem spoilers!
A era Coquette
Coquette é um nome em francês que significa “mulher galante” ou “pessoa amorosa, que flerta e se apresenta como alguém atraente por meio do romantismo e da vaidade”, de acordo com o Dicionário de Etimologia. Hoje, é uma estética que valoriza tons pastéis, laços, tiaras, babados e tudo o que há de mais feminino que você consiga pensar!
A tendência pode ser vista como uma versão evoluída do balletcore, com elementos da era rococó de modo repaginado.
O rosa voltou a ganhar espaço nos últimos tempos, principalmente após o lançamento de Barbie nos cinemas, e esse orgulho de usar coisas remetem ao “coisa de menina” ganha uma infinita possibilidade de se apropriar daquilo que possivelmente é visto como ‘vergonhoso’ pela sociedade misógina que vivemos. O interessante é que apesar do ultra feminino, esse estilo tem uma certa rebeldia em sua essência.
Os dias de glória da Messy Girl
“Garota bagunçada“, em tradução livre, ou Messy Girl, mais popularmente conhecida, é uma evolução do estilo indie ou tumblr, proposto lá em 2010, lembra? As principais inspirações da época eram as cantoras Sky Ferreira, Taylor Momsen e as personagens Serena Van Der Woodsen (Blake Lively) e Effy Stonem (Kaya Scodelario).
Também é feminina de um jeito ala femme fatale e que conversa com o visual noturno com muito peso e elementos grunge dos anos 90. Na verdade, peso é a palavra chave dessa tendência: tons escuros, couro, maquiagem pesada e cabelo natural sem se importar se está devidamente alinhado, ou no lugar.
A tendência vem crescendo vagarosamente no final de 2023 e nos primeiros meses de 2024, com várias figuras da mídia, como a Dua Lipa, apostando no visual, que tende a se tornar cada vez mais popular. Esse estilo é o estereótipo da mulher rebelde e de atitude, que quer mostrar que não liga para a perfeição, mas sim, para viver intensamente.
Conheça NANA
Que o Japão é uma das maiores potências no que se diz respeito a moda e beleza, não é novidade pra ninguém. Dessa forma, o questionamento importante é: Como isso se reflete nos famosos animes e mangás? Bom, eles andam de mãos dadas! E a mangaká Ai Yazawa une ambas as coisas com perfeição para os amantes de boas histórias e toque único de moda.
O mangá e anime ‘NANA’ foi lançado entre os anos 2000 e 2009, na revista japonesa Cookie. Atualmente encontra-se em hiato (infelizmente), porém, durante o período dito, a história ganhou duas adaptações para filme live-action (2005 e 2006) e uma adaptação para série animada (anime) com 47 episódios.
Duas garotas chamadas Nana (significa “sete”, em japonês) se encontram em um trem rumo a Tóquio por acaso. Depois de uma série de coincidências, elas acabam vivendo juntas em um apartamento de número 707. Apesar de terem personalidades e ideais diferentes, as duas acabam se tornando amigas por obra do destino e vivem os conflitos da vida adulta.
Os visuais das Nanas
Nana Komatsu (ou Hachi) é a mais ingênua e uma romântica incurável também. Começa a história com cabelos longos e ainda na primeira fase os corta para passar um ar de maturidade, mas que não atinge com tanto êxito. Essa protagonista tem um visual que remete ao Coquette, mesmo que a personagem tente fugir da imagem de ‘menina’ isso faz parte de sua personalidade dócil.
Por outro lado, Nana Osaki é a vocalista de uma banda underground de punk e é uma fã assumida de Vivienne Westwood. Ela tem o típico visual ala Messy Girl, usando muitas joias, maquiagem marcante e piercings. Todavia, apesar de todo esse peso visual, Nana é uma personagem doce, com bom coração, que protege os amigos, mesmo com todas as situações pesadas que ela já enfrentou.
E, temos boas notícias para os interessados a conhecer mais da obra. Além da confirmação que a autora irá dar continuidade ao mangá nos próximos anos, o anime chega no catálogo da Netflix Brasil no dia 7 de março.
Impacto ao longo dos anos
Mesmo em hiatus, o mangá e anime continuam conquistando fãs ao longo dos anos, por seu roteiro e estilo de desenho. Inegavelmente, Ai Yazawa ama colocar elementos da moda para compor suas histórias, como em ‘Paradise Kiss‘ um mangá (e anime) voltado para a indústria da moda com direito à estilistas, modelo, passarelas e muito romance! (fica a super-recomendação!).
NANA é, de longe, o trabalho de maior prestigio da autora e com todo esse reconhecimento no ano de 2024, a obra ganha uma coleção de vestidos de noivas assinados pela marca japonesa Lulu Felice! A linha ilustra bem a dualidade dessas duas metades: uma mais punk e outra mais delicada. Mostrando que apesar de serem opostos estéticos, podem conviver juntas em uma mesma era! Assim como nesse momento onde Messy Girls e Coquettes estão dividindo espaço nas passarelas, nas ruas, no TikTok e no Instagram.
Confira algumas fotos promocionais dessa coleção:
Lulu Felice (Reprodução/ Instagram)
Além disso, a Passional Lover disponibilizou, na China, duas caixas personalizadas com cada protagonista. O kit contém acessórios referentes às personagens, batons, paletas de sombra e base! O kit completo pra se sentir como uma Nana.
Contudo, NANA é apenas um dos vários exemplos de contraste de estilos na cultura pop, como por exemplo, Mia Colucci e Roberta Pardo, My Melody e Kurumi, Marceline e Princesa Jujuba e etc. Apesar de cada uma ter variações em suas personalidades, todas também mostram que um estilo não anula ou substitui o outro em uma temporada.
E você? É mais Coquette ou Messy Girl?
Escrito por: Ana Milena Rocha da Silva | Editado por: Letícia Virgínia