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O Diabo Veste Prada: um olhar sobre os looks icônicos e o que esperar do novo filme

Poucos filmes traduziram tão bem o universo da moda quanto O Diabo Veste Prada. Além do roteiro afiado, o figurino se tornou uma aula visual sobre poder, transformação e estilo pessoal. Revisitar os looks das protagonistas é revisitar um momento definidor da moda dos anos 2000, que permanece relevante até hoje. Com a confirmação de um novo filme, a expectativa por uma evolução estética à altura do legado é enorme.


Miranda Priestly: a personificação do poder silencioso
Nos looks analisados, Miranda reafirma o domínio absoluto sobre sua imagem. A paleta sóbria, os cortes impecáveis e o styling preciso traduzem uma mulher que conduz o jogo sem levantar a voz.

Look 1

Fonte: Vanity Fair

Com um suéter vinho profundo, acessórios pontuais e seus óculos de leitura, Miranda mostra como o minimalismo pode ser altamente autoritário. O look é silencioso, mas cortante, e reforça a ideia de que o luxo verdadeiro está na postura, não no excesso.

Look 2

Fonte: People.com

A jaqueta dourada com aplicações metalizadas eleva a produção sem cair no óbvio. É um exemplo perfeito de brilho usado de forma editorial, com sofisticação e peso visual na medida certa. Os acessórios oversized reafirmam sua assinatura fashion, sempre marcada pelo statement com disciplina.

Look 3

Fonte: NBC News

O casaco de pele em tons de verde, o vestido preto impecável e o lenço de seda laranja criam um contraste ousado e refinado. É Miranda em movimento: um retrato do luxo que se impõe até em um dia de chuva, sempre com autoridade estética.


Andy Sachs: a jornada de construção de estilo
Andy vive um dos arcos visuais mais famosos do cinema fashion: o caminho da despretensão ao domínio absoluto da linguagem da moda.

Look 4

Fonte: Elle India

No look inicial, com casaco bege clássico, saia xadrez e bolsa utilitária, Andy é funcional, mas distante da estética da Runway. A simplicidade do visual revela uma personagem ainda ingênua, confortável e desconectada do universo high fashion, o que torna sua transformação posterior ainda mais impactante.

Look 5

Fonte: British Vogue

A bota over the knee, o blazer estruturado com botões dourados e as camadas de colares marcam o momento em que Andy finalmente entende o poder da imagem. Aqui ela passa a usar a moda como ferramenta de expressão, posicionamento e ambição.

Look 6

Fonte: Vogue Singapore

O look off-white destaca o ápice da metamorfose da personagem. O casaco estruturado de lã, o cinto que desenha a silhueta A, a boina tweed, as luvas delicadas e a bolsa metálica formam uma estética limpa, cara e madura. É o momento em que Andy passa a habitar plenamente o universo que antes parecia distante, usando a moda como linguagem de identidade.


Emily Charlton: o drama fashion personificado
Emily é o oposto estético de Andy. Ousada, irônica e sempre antenada às tendências, ela transforma cada look em um manifesto fashion calculado e cheio de personalidade.

Look 7

Fonte: Vogue Australia

O vestido marrom xadrez com decote profundo valoriza a cintura e traduz uma estética sensual com toque retrô. Os brincos statement adicionam peso editorial e o cabelo ruivo polido reforça sua imagem cool, precisa e afiada. É uma leitura teatral do office wear que só Emily conseguiria sustentar.

Look 8

Fonte: British Vogue

O colete estruturado com botões metálicos, o top ajustado, a saia lápis e o cinto largo com correntes criam uma imagem forte, precisa e dramaticamente estilizada. O esmalte escuro finaliza a estética edgy que define Emily como a assistente impecável que domina o mundo da moda com autoridade visual absoluta.

Look 9

Fonte: Vogue Australia

Diante da Hermès, Emily atinge seu auge fashionista. A saia mídi assimétrica em patchwork xadrez, combinada à jaqueta cropped preta e à bota de couro marrom até o joelho, cria uma composição urbana, artística e repleta de camadas. As sacolas laranja funcionam quase como parte do styling, transformando a cena em um retrato da moda em movimento.


A continuação chega em um cenário onde a indústria passou por transformações profundas. Digitalização extrema, influência das redes sociais, o reinado do streetwear de luxo, sustentabilidade e celebridades que operam como marcas vivas moldam o novo ecossistema da moda. Miranda, Andy e Emily retornarão a esse ambiente completamente reformulado, o figurino deve refletir essa evolução.


Entre as tendências que podem surgir estão alfaiataria futurista e esculturada, reinterpretações contemporâneas de códigos clássicos do primeiro filme, texturas tecnológicas, acessórios eco-luxury, paletas minimalistas com pontos de cor vibrante e referências ao quiet luxury atual. Tudo isso certamente aparecerá filtrado pelo olhar irônico, elegante e afiado que sempre definiu o universo de O Diabo Veste Prada.

Se no primeiro filme a moda era um campo de batalha, agora ela deve surgir como um campo de disputa cultural, digital e política. A expectativa é alta, e o público espera que o novo capítulo entregue looks tão memoráveis quanto aqueles que marcaram toda uma geração.

Escrito por Brenda Rio | Editado por Ana Carolina Gomes

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