-
Se Gaspar Noé Tivesse Vittor Sinistra, Climax Seria Cheio de Liberdade
No desfile de Vittor Sinistra para a Casa de Criadores 56, ninguém saiu ileso e nem era pra sair mesmo. “Clímax” foi mais que um nome provocante de coleção. Foi um estado de espírito, um curto-circuito estético, um gozo coletivo no meio do caos cotidiano. Nada ali era gratuito. Do primeiro ao último passo na passarela, cada look parecia sussurrar (ou gritar, dependendo do som da sua consciência) “Estamos vivos. E gostamos disso.” Inspirada pelo universo das festas e das liberdades que a noite permite, a coleção beija a boca da política com batom borrado e brilho na cara. É homenagem, é celebração, é resistência com salto 20 e lace…
-
Sukeban Apresenta Sua Visão De Selva: Grotesca, Subjetiva E Libertadora
A coleção passeia entre opostos com precisão cirúrgica: da quase nudez à complexidade extrema das peças, dos tecidos não convencionais ao acabamento impecável que beira o escultural. É o tipo de roupa que exige fôlego. Não para caber nela, mas para sustentar o que ela carrega: camadas de crítica, sensualidade e resistência. Desde antes de sermos, essa coleção já era. Jungle D’luxe propõe um retorno à selva — mas não aquela romântica e intocada. É uma selva artificial, construída pelas lógicas do capital, onde seres exuberantes emergem vestindo peles que não são suas. São texturas industriais, couros sintéticos, camadas que expõem mais do que escondem. O luxo aqui é propositalmente…
-
Sonho, Suor E O Cetim. Dellum Apresenta Sua Visão De Delírio
por alguém que já acordou suada de um sonho bom e resolveu não contar pra ninguém A coleção “The Dream / O Sonhar”, da DELLUM, não quer só vestir. Ela quer te vestir. E depois que te vestir, quer te deixar levemente trêmula, com a sensação de que algo aconteceu — ou vai acontecer — e você não tem exatamente o controle disso. Os corpos brilham, besuntados como altar de luxúria, com correntes que mais prendem do que adornam. Não é sobre sensualidade óbvia. É sobre o desejo de quem nunca admite o quanto quer ser olhado. Tudo ali é propositalmente indecente, mas com a elegância de quem sabe manter…
-
Plataforma Açu Traz Cultura Queer, Tecnologia E Natureza
Na coleção “VO RO NÓI”, a Plataforma Açu não desfila roupa. Desfila código genético. Uma alquimia de matéria, ancestralidade e futuro onde a roupa não veste, ela conjura. A passarela foi tomada por texturas vivas, como se a natureza tivesse sido hackeada por uma inteligência queer. Impressão 3D, recortes a laser, fios de algodão que mais parecem raízes digitais. Tudo é híbrido. Tudo é entre. Um manifesto que não pede pra entrar, invade. Na intersecção entre cultura queer, tecnologia e natureza, a marca constrói um ecossistema de moda onde os corpos são oráculos, antenas, extensão de mundos invisíveis. VO RO NÓI não é só título — é sopro, é ritual,…